Blog do CLE Missionários da Luz (o primeiro Clube do Livro Espírita de Olinda- PE), que tem como objetivo reunir os atuais associados, conquistar novos amigos e divulgar a Doutrina Espírita, praticando um dos belos conselhos do Espírito Emmanuel: "A maior caridade que praticamos, em relação à Doutrina Espírita, é a sua própria divulgação."Sejam todos bem vindos ao nosso Blog!Conheça,divulgue, compartilhe conosco este espaço que é de todos nós!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Perante a Criança

 

“Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque deles é o reino de Deus.” — Jesus. (LUCAS, 18:16.)


Ver no coração infantil o esboço da geração próxima, procurando ampará-lo em todas as direções.
Orientação da infância, profilaxia do futuro.

Solidarizar-se com os movimentos que digam respeito à assistência à criança, melhorando métodos e ampliando tarefas.

Educar os pequeninos é sublimar a Humanidade.

Colaborar decididamente na recuperação das crianças desajustadas e enfermas, pugnando pela diminuição da mortalidade infantil.

Na meninice corpórea, o Espírito encontra ensejo de renovar as bases da própria vida.

Os pais espíritas podem e devem matricular os filhos nas escolas de moral espírita cristã, para que os companheiros recém-encarnados possam iniciar com segurança a nova experiência terrena.

Os pais respondem espiritualmente como cicerones dos que ressurgem no educandário da carne.

Distribuir incessantemente as obras infantis da literatura espírita, de autores encarnados e desencarnados, colaborando de modo efetivo na implantação essencial da Verdade Eterna.

O livro edificante vacina a mente infantil contra o mal.

Observar quando se deve ou não conduzir as crianças a reuniões doutrinárias.

A ordem significa artigo de lei para toda idade.

Eximir-se de prometer, às crianças que estudam, quaisquer prêmios ou dádivas como recompensa ou (falso) estímulo pelo êxito que venham a atingir no aproveitamento escolar, para não viciar-lhes a mente.

A noção de responsabilidade nos deveres mínimos é o ponto de partida para o cumprimento das grandes obrigações.

Não permitir que as crianças participem de reuniões ou festas que lhes conspurquem os sentimentos, e, em nenhuma oportunidade, oferecer-lhes presentes suscetíveis de incentivar-lhes qualquer atitude agressiva ou belicosa, tanto em brinquedos quanto em publicações.

A criança sofre de maneira profunda a influência do meio.

Furtar-se de incrementar o desenvolvimento de faculdades mediúnicas em crianças, nem lhes permitir a presença em atividades de assistência a desencarnados, ainda mesmo quando elas apresentem perturbações de origem mediúnica, circunstância esta em que devem receber auxílio através da oração e do passe magnético.

Somente pouco a pouco o Espírito se vai inteirando das realidades da encarnação.

Em toda a divulgação, certame ou empreendimento doutrinário, não esquecer a posição singular da educação da infância na Seara do Espiritismo, criando seções e programas dedicados à criança em particular.

Sem boa semente, não há boa colheita.


André Luiz




Fonte: “Conduta Espírita” – Psicografia: Waldo Vieira – Editora FEB

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Os Pais da Nova Era



Como são os pais da nova era?

Que características fundamentais precisam ter esses que carregam tão importante missão?

Conscientes.

Sim, os pais da nova era assim o são.

Conscientes de que os cuidados e a educação que darão aos filhos auxiliarão o seu aperfeiçoamento e seu bem-estar futuro.

A cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?

Conscientes, também, de que seus filhos são Espíritos, que o ser que conduzem em seus braços carinhosos, não passa de milenário viajor da evolução para o Criador.

Sabem que esses Espíritos estão na Terra, sob sua guarda atenciosa, para o esforço da autossuperação, da reestrutura do caráter moral e abrilhantamento intelectual.

Conscientes de que seus exemplos são fundamentais.

As crianças miram-se nas atitudes de seus pais. Uma ação acertada ou desequilibrada fala mais do que mil palavras, ou mil tentativas de explicação verbal.

Presentes.

Sim, os pais da nova era estão presentes nas vidas de seus filhos, como nunca antes estiveram.

Sua presença não é apenas física, mas é sentimentalmente participativa.

Desde a gestação já estão preparando o Espírito para a nova investida carnal.

Desde os primeiros momentos já procuram estar de alma completa na vida cotidiana de seus rebentos.

Se não conseguem passar todo tempo que desejam com eles, aproveitam o pouco tempo que têm e se envolvem profundamente em sua vida de descobertas.

Conhecem as músicas que eles ouvem e cantam; os personagens dos livros que leem, dos filmes que assistem.

Eles curtem cada momento juntos como se fosse o último, sem pressa de acabar, sem estar com os pensamentos em outras preocupações.

Sabem que tudo passa tão rápido, e por isso aproveitam muito cada pequeno prazer, cada pequena grande conquista...

Sensíveis.

Sim, os pais da nova era são sensíveis, expressam emoções com maior facilidade e utilizam frequentemente a empatia.

Demonstram carinho com mais frequência, e optam por uma vida de transparência no lar, onde os sentimentos de todos são acessíveis e devem ser compartilhados.

Não economizam beijos, abraços e palavras positivas, pois sabem que estes são parte fundamental na construção de uma nova personalidade.

O diálogo ganha papel imprescindível nos lares desses pais, pois se apresenta como a porta de entrada para uma vida mais alegre e um convívio mais harmônico.

Os deveres dos pais em relação aos filhos estão inscritos na consciência.

Evidentemente as técnicas psicológicas e a metodologia da educação tornam-se fatores nobres para o êxito desse cometimento.

Entretanto, o amor, mais que tudo, possui os elementos essenciais para o feliz desiderato.


Redação Momento Espírita

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O que é Ser Uma Criança Índigo?





As crianças índigos são seres especiais que vieram somar forças e conhecimentos em prol do crescimento do nosso planeta. Como todas as crianças, precisam de amor, compreensão e respeito.

Hoje em dia, é comum a gente ouvir falar de crianças índigo, que estão encarnando entre nós desde a década de 70, intensificando-se na de 80. São seres com poderes especiais, que vieram ao nosso planeta para ajudar a impulsionar o nosso progresso. Seu nome deriva da cor índigo de sua aura, sendo a freqüência índigo de alta vibração espiritual, demonstrando manifestação dos centros energéticos superiores (6º e 7º chakras).

Vieram, segundo Divaldo Franco, de um grupo de estrelas chamado de Plêiades, cujo sol é Alcione, centro da nossa galáxia. Várias escrituras de várias religiões se referem às Plêiades como de grande importância na evolução do nosso planeta. E isso porque, segundo alguns estudiosos, a energia proveniente de Alcione trará uma luz de pureza aos seres humanos. Dizem que as energias de Alcione são exclusivamente cósmicas e produzirão uma luz constante que durará aproximadamente 2 mil anos. Será uma luz atérmica, sem calor, que não produzirá sombra, capaz de iluminar todos os seres e todos os lugares, tanto externa quanto internamente.

Essa questão sobre Alcione é bastante controvertida.  Afirmam os astrônomos que ela não é o centro da galáxia e que a Terra dela está se afastando.  Verdade ou mentira, o fato é que as crianças índigo estão aí, e ninguém pode negar que são diferentes.  Também não se nega a verdade incontestável de que o planeta está mudando.

Assim como, há milhares de anos, os habitantes de Capela vieram ao nosso planeta para ajudar no progresso da humanidade, naquela época ainda muito rudimentar, também os índigos chegam até nós para dar essa mesma ajuda, preparando o nosso planeta para uma nova era, pois a Terra passará de um rudimentar mundo de dor para um mundo de iluminação. Há aí uma diferença: de Capela, vieram para cá os seres mais rebeldes, que teimavam em persistir no mal, atrasando a evolução daquele mundo. Com seu intelecto mais desenvolvido, impulsionaram o nosso progresso tecnológico, embora a moral permanecesse ainda bastante atrasada.

Esses espíritos que agora chegam têm uma missão muito diferente dos capelinos. Todos eles têm altos níveis intelectuais e psíquicos, mas não necessariamente serão moralmente mais elevados. São seres que já vêm prontos para auxiliar o nosso progresso, mas o direcionamento de sua moral vai depender muito de nós. Embora sensíveis e de fácil assimilação dos ensinamentos, são almas que precisam ser modeladas.

Não são melhores nem piores do que as crianças comuns. São apenas diferentes, têm um potencial psíquico e energético maior. Há crianças que não são índigos que têm um amadurecimento espiritual muito grande, porque já viveram muitas vidas neste planeta, aprenderam muito e adquiriram uma grande bagagem espiritual e moral, estando até em condições de ajudar na adaptação e orientação dos índigos. Então, ser índigo não significa ser melhor. Os índigos também têm muito o que aprender, e seu aprendizado dependerá de nós.

Essas crianças possuem características peculiares. Desde cedo demonstram-se conscientes de que pertencem a uma geração especial, têm alto nível de inteligência e chegaram para provocar mudanças e revisão de crenças e valores. Os índigos costumam ser gentis e possuem um novo estado de consciência, um sistema imunológico fortalecido, telepatia, capacidade para prever o futuro, reconhecer seres etéreos, são intuitivos e possuem dom de cura. Resumindo, são grandes médiuns.

Nascem em qualquer classe social e econômica. Geralmente comem pouco e são mais delgados, possuem olhos grandes e expressivos, com o lóbulo frontal ligeiramente pronunciado e podem ser canhotos ou ambidestros. Têm o dom de ver a aura das plantas e dos animais, além de seres de outras dimensões, como fadas e gnomos. Têm uma hipersensibilidade olfativa e tátil, chegando a se incomodar até com a etiqueta das roupas, pois preferem tecidos de algodão puro, mais macios.

A criança índigo tem absoluta consciência daquilo que está fazendo, é rebelde por temperamento e não responde à autoridade. Não adianta ficar dando ordens a um índigo, porque ele será sempre teimoso. Também não teme ameaças nem cede a chantagens. É preciso ter paciência e explicar o porquê. Só quando ele compreende a ordem, e ela faz sentido para ele, é que ele obedece. Se não, pode obedecer, mas por obediência a uma imposição paterna, o que faz com rebeldia.

Aprende de forma diferente, mais pela prática do que pelo estudo. E, depois que aprende, desinteressa-se pela coisa e larga para lá. É aquela criança que ganha um brinquedo e logo larga, não por ser mimada, mas porque, ao conhecer todo o seu funcionamento, não se interessa mais por ele e quer outro, para aprender outras coisas. Ou é destrutiva, não por perversidade, mas por curiosidade. Como vem de uma dimensão onde os objetos não são familiares, quando vê algum objeto diferente, quebra-o para poder olhar sua estrutura. Daí estar sempre querendo ganhar coisas novas.

Está sempre perguntando por que em cima de por que. Quanto mais a gente responde, mais ela quer saber, até esgotar o assunto e ficar satisfeita. E vai além do que vê e ouve, demonstrando curiosidade pelo que está por trás das histórias, pelo que não estamos vendo nos filmes.
Pode ter amigos imaginários e presta atenção a várias atividades ao mesmo tempo. Gosta de videogames violentos, pois essa é uma forma de gastar a energia que tem sobrando, mas se sua energia não for bem direcionada, pode ser violento.
Fala pelos olhos, desde bebê. Não fica em fila e vive atropelando as pessoas. Não é capaz de permanecer sentada durante um determinado período. No cinema, então, é uma tortura, porque está sempre chutando a cadeira da frente.

Muitas vezes, por não compreendermos a criança, acabamos não dando crédito a seus dons, o que pode levar o índigo à introspecção, à rebeldia, ao uso de drogas e ao crime. Quando uma criança falar ou fizer algo que parece absurdo, devemos conversar com ela, mas nunca rir, debochar ou brigar. Coisas do tipo: pare de inventar, pare de mentir, não tem nada aí, isso tudo é imaginação, que coisa feia só vão fazer com que a criança se torne agressiva ou se encolha. Qualquer uma das duas opções não é boa e vai tirar a espontaneidade da criança. A compreensão é o melhor caminho, até porque, a criança pode estar se referindo a algo aparentemente absurdo para nós, mas que está realmente vendo ou ouvindo ou que está registrado na memória dela como algo vivido em outra dimensão ou outro planeta.
E temos que nos conscientizar: não é porque somos adultos que detemos o privilégio da verdade.

A imensa maioria dos índigos é hiperativa ou tem o que se chama TDAH – TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE. São crianças agitadas e com dificuldade de concentração. Como possuem uma visão diferenciada das coisas, não se dão bem em escolas tradicionais, tornando-se quase insuportáveis.

O remédio para o hiperativo tem sido a Ritalina, uma substância profundamente perturbadora, chamada a droga da obediência. A criança fica acessível, sim, mas perde a espontaneidade.
A hiperatividade é um exercício e um aprendizado para os pais. Quem recebe um índigo hiperativo como filho tem muito que aprender com ele. E a Ritalina é o caminho mais fácil para os pais, porque uma criança hiperativa leva qualquer um à loucura. Todavia, há outros métodos que auxiliam no tratamento, como homeopatia, florais e terapias espiritualistas.

Mas o melhor tratamento que podemos dar a um índigo ou mesmo ao hiperativo é o amor. Temos que nos conscientizar de que a criança não é um adulto em miniatura, muito embora, às vezes, se comporte como tal. É um ser em formação, que necessita de atenção e carinho. Não precisamos mimá-la, mas também não devemos exigir muito dela. É preciso observar a conduta das crianças, evitando punições e, ao mesmo tempo, colocando limites através do diálogo e da compreensão. A agressividade os torna rebeldes, o que pode levar alguns ao crime.

São crianças difíceis no tratamento diário, mas afetuosas. Para conquistá-las, basta tratá-las com amor. Devemos educá-las apelando para a lógica e o bom-senso. Devem ser orientadas e esclarecidas tantas vezes quantas forem necessárias. Devemos colocá-las no colo, fazer-lhes carinho, ensiná-las a orar e a conhecer as coisas divinas. Temos que lhes dar valores, porque elas são diferentes, mas precisam ser ensinadas. São como diamantes brutos: com toda a beleza e brilho, só precisando ser lapidadas.
Essa é a melhor forma de tratarmos as crianças, sejam índigos ou não.



Mônica de Castro 



Fonte:  http://www.movimentoecrescimento.com/index.php/artigos/o-que-e-ser-uma-crianca-indigo

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Luta pela vida!


Boa tarde amigos!
Hoje viemos fazer um apelo a todos os irmãos que fazem parte de nosso grupo, nossa amiga muito querida a Luciana Pallin precisa de nossa ajuda!
E é por isso que estamos compartilhando esse apelo!
Ano passado aqui mesmo em nosso blog fizemos uma campanha pela Gabi, agora ela precisa novamente de nossa ajuda!!
Assistam ao vídeo e ajudem uma mãe a lutar pela vida de sua filha!!
Deus abençoe a todos!

http://youtu.be/dB6bC5eHAiQ



quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Livro do Mês de Dezembro

Olá amigos!
O fim do ano chegou! E com ele uma data única e muito especial: O Natal! O nascimento do Mestre Jesus!
Ainda que simbólica, essa data é festejada no mundo inteiro!
Um período iluminado no qual toda a humanidade está envolta em pensamentos de fraternidade e comunhão!
As vibrações que envolvem o planeta são as mais belas e sutis!
Como costumo dizer: bem que o natal poderia durar o ano inteiro!
E como o mês é especial o livro do mês em nosso Clube do Livro também é especial!!

Alguém me tocou

alguem-me-tocou

Um livro belo e emocionante, que nos mostra qual a postura do Mestre de Amor em relação a nós.
Será que já aprendemos a "tocar" Jesus?
Leiam e descubram!

Sinopse:

Há mais de dois mil anos, a Bíblia nos traz a palavra de Jesus, de quem costumamos nos socorrer nos momentos de dor e aflição. Este livro nos mostra, porém, que o Mestre espera mais de nós; que não fiquemos apenas aguardando ser “tocados” por Ele, mas que nós o toquemos, colocando em prática no nosso dia a dia os seus ensinamentos. Tendo como ponto de partida a palavra do próprio Cristo, ou aquilo que os Evangelistas e grandes nomes da Espiritualidade sobre Ele disseram, o autor nos faz a irresistível proposta de reflexão sobre o real significado da missão de Jesus, que não é tão somente a de “Salvador” da humanidade, mas, também, e principalmente, a de “Redentor”, que nos liberta daquilo que nos faz sofrer, nos guia em nossa caminhada, é nosso amigo e que pode e quer atuar por meio de nossas mãos e de nosso amor junto ao próximo. Em linguagem simples e objetiva e brindando-nos ao final de cada capítulo com uma linda e comovente oração, Alguém me tocou tem todos os ingredientes para promover este encontro com Jesus, convidando-nos a segui-Lo e, assim, a viver uma vida mais fraterna e feliz.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Tolerância



“O Espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o Espírito abatido, quem o pode suportar”? Pv. 18, v. 14


O Espírito desanimado cria mais dificuldades para o seu próprio desenvolvimento. Mesmo que a misericórdia divina lhe proporcione meios de restabelecimento, os problemas crescem ligados a profundas raízes psicológicas. No entanto, a tolerância dos Espíritos superiores, que trabalham junto à humanidade, vence, com a mão do tempo, os empecilhos, e faz com que o candidato se esforce, abrindo janelas no coração e na mente, por onde possa penetrar a ajuda da luz.
A tolerância, nas medidas certas, é acréscimo do amor que vibra em tudo.
A alma animada, corajosa e cheia de esperança no Senhor, mesmo em duras provas, não sente tanto quanto as aparências demonstram.
A desanimada e abatida multiplica por dois o padecimento normal.
A tolerância fecunda está sempre de mãos dadas com o discernimento.
Quando encontrares um companheiro sentindo-se destruído pelo fracasso, não respires com ele essa atmosfera. Procura, pelos meios de que dispõe, se possível pela escola de Jesus, transmitir-lhe alegria e otimismo, trabalho e interesse, para a vida e pela vida, sem te esqueceres de que o centro de tudo é o amor.
A tolerância faz parte da caridade, porém não pode esquecer o equilíbrio, para não se tornar em conivência.
Visita os espíritos abatidos, enfermos e desesperados, mas com os devidos preparos, para que não venhas a ser um deles.
Em toda conversação existe influência e refluência.
A intolerância despreza as oportunidades que a espera oferece.
O intolerante desfaz amizades e fortalece a ignorância.
Todo hospital, e mesmo cada médico, deveria criar um esquema de elevar o ânimo do enfermo, antes de tudo psicologicamente, seja qual for o seu estado, pois é dessa forma que a sua sensibilidade espiritual reage, e o seu campo orgânico desenvolve meios especiais para que os medicamentos e o repouso restabeleçam suas forças, como sendo um milagre.
O clínico nunca deve pensar em desânimo, nem no impossível, à beira do leito. Que o seu todo seja de alegria e de fé; a sua conversa, de ânimo; e o seu coração, de alegria.
Os enfermos por vezes são nervosos. Médicos e enfermeiros, no campo do seu trabalho, jamais devem permitir-se semelhante estado de humor.
E ainda no que concerne à tolerância, ela, no lugar certo, constitui-se na melhor resposta para os decadentes da moral e da doença física.
Quem viaja no mundo cultivando virtudes, acaba na vida brilhando como as estrelas.

Carlos


Psicografado por: João Nunes Maia
Livro: Tuas Mãos

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Entrevistando Chico Xavier













                       
INFORMAÇÃO - Chico, lembra-se de sua primeira participação na primeira atividade espírita a que assistiu e qual foi essa tarefa?

Chico - Recordo-se. Minha primeira tarefa espírita foi a prece que se fez em torno de minha irmã doente, no próprio quarto em que ela se achava.

INFORMAÇÃO - Quem tomara a iniciativa dessa reunião de cura?

Chico - Nosso amigo Sr. José Hermínio Perácio, que veio de Maquiné, localidade próxima da cidade de Curvelo, em Minas, mais de cem quilômetros distantes de Pedro Leopoldo, atendendo ao pedido de meu pai que o conhecia por amigo e espírita-cristão, afim de socorrer minha irmã, então em estado grave,

INFORMAÇÃO - E sua irmã curou-se imediatamente?

Chico - Desde a primeira reunião de preces e passes, na manhã de 7 de maio de 1927, ela se restabeleceu e, até hoje, é uma valorosa companheira na Seara Espírita Evangélica.

INFORMAÇÃO - Quais os primeiros espíritas que conheceu?

Chico - Nossos irmãos José Hermínio Perácio e sua esposa D. Carmen Pena Perácio, com os quais me iniciei no conhecimento da Doutrina Espírita e na mediunidade e diante de quem sou um espírito eternamente devedor pelo bem que me fizeram.

INFORMAÇÃO - De que modo o casal Perácio iniciou você no Espiritismo?

Chico – Explicando-me o que eu sentia, em matéria de mediunidade, desde a infância, quando fiquei órfão de mãe, aos cinco anos de idade, amparando-me em minhas necessidades espirituais, ensinando-me a orar e presenteando-me com "O Evangelho, Segundo o Espiritismo" e "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, os dois livros que me deram os alicerces de minha fé espírita-cristã e me orientaram para aceitar a mediunidade e respeitar os Bons Espíritos.

INFORMAÇÃO - Disse você que sentia fenômenos mediúnicos desde criança. Poderia especificá-los?

Chico - Sim. No quintal da casa em que eu morava, via freqüentemente minha mãe desencarnada em 1915 e outros Espíritos, mas as pessoas que me cercavam então não conseguiam compreender minhas visões e notícias, e acreditavam francamente que eu estivesse mentindo ou que estivesse sob perturbação mental. Corno experimentasse muita incompreensão, cresci debaixo de muitos conflitos íntimos, porque de um lado estavam as pessoas grandes que me repreendiam ou castigavam, supondo que eu criava mentiras e do outro lado estavam as entidades espirituais que perseveravam comigo sempre. Disso resultou muita dificuldade mental para mim, porque eu amava os espíritos que me apareciam, mas não queria vê-los para não sofrer punições por parte das pessoas encarnadas com quem eu precisava viver.

INFORMAÇÃO - Em que condições você recebeu a primeira mensagem psicográfica?

Chico - Estávamos em reunião pública e depois da evangelização D. Carmen Perácio, médium de muitas faculdades, transmitiu a recomendação de um benfeitor espiritual para que eu tomasse o lápis e experimentasse a psicografia. Obedeci e minha mão de pronto escreveu dezessete páginas sobre deveres espíritas... Senti alegria e susto ao mesmo tempo. Tremia muito quando terminei.

INFORMAÇÃO - Qual era o espírito comunicante?

Chico - Não se identificou. Apenas assinou "um espírito amigo".

INFORMAÇÃO - Essa mensagem ainda existe?

Chico - Temos um grande arquivo de mensagens psicografadas em Pedro Leopoldo, mas não creio possa ser encontrada. De 1927 a 1931 , recebi centenas de mensagens que foram inutilizadas, depois, a pedido do Espírito de Emmanuel, que passou a dirigir-nos de 1931 para cá. Disse ele que essas mensagens apenas se destinavam aos nossos exercícios de psicografia.

INFORMAÇÃO - A quem pertencem os direitos autorais das dezenas de livros psicografados por você?

Chico - Todos estes livros estão com os direitos doados às instituições espíritas do Brasil que os editam; em maior número com a Federação Espírita Brasileira, sediada no Rio de Janeiro, e na Comunhão Espírita Cristã, sediada em Uberaba. Os direitos autorais pertencem a essas instituições e outras instituições espíritas que os publicaram.

INFORMAÇÃO - Chico, na próxima encarnação, você gostaria de ser médium?

Chico - Se Jesus quiser...

INFORMAÇÃO - E se Jesus quiser?

Chico - Então, pediria a Ele, Nosso Divino Mestre, a felicidade de recomeçar a tarefa, tal qual tenho tido o meu pequenino setor de ação, nas mesmas experiências e nas mesmas circunstâncias, porque quanto mais avanço na idade física mais amigos e bênçãos vou encontrando...

INFORMAÇÃO - O que é ser espírita?

Chico – Ser espírita, segundo Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, é ser o cristão genuíno, com a obrigação de pautar a vida pelos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, dentro da liberdade de raciocinar e discernir no campo da própria fé.

INFORMAÇÃO - Compreendendo que você começou com a mediunidade em 1927, como conseguiu perseverar com a mesma ideia no espaço de 50 anos?

Chico - Desde o princípio da mediunidade, os espíritos me habituaram à convivência com eles. Acredito que isso ocorreu dessa convivência pois, desde os cinco anos de idade, quando perdi minha mãe no plano material, sinto-me em contacto com os espíritos desencarnados. A princípio na Igreja Católica e depois, mais tarde, desde 1927, no Espiritismo propriamente considerado. Creio que foi a convivência com os amigos espirituais. Eles - como por misericórdia - me controlaram, me ajudaram a compreender a obrigação de atendê-los. Desse modo, essa perseverança não é devida a mim mas à influência deles.

INFORMAÇÃO - Qual foi a experiência mais valiosa que o exercício da mediunidade lhe trouxe?

Chico - O reconhecimento de minha inferioridade e o encontro constante com as minhas imperfeições Quanto mais os Instrutores Espirituais escrevem, por meu intermédio, mais claramente observo a distância espiritual que me separa deles. Quanto mais corre o tempo sobre o trabalho dos Mentores do Além através de minhas pobres forças, mais me vejo na condição da laranjeira de má qualidade providencialmente cortada para serviços de enxertia. Os frutos no galho são substanciosos e doces porque pertencem à laranjeira nobre que não desdenhou produzir sobre o pé da laranja azeda.

INFORMAÇÃO - Alguma vez, o exercício da mediunidade impediu o cumprimento do seu dever?

Chico - Não. Aliás, devo dizer que através do exercício da mediunidade, os Amigas Espirituais sempre me auxiliaram para que eu fosse fiel às minhas obrigações.

INFORMAÇÃO - Você acha que a prática da mediunidade encontra obstáculos por parte das forças espirituais inferiores que nos cercam?

Chico - Sim. Acredito que isso acontece não só na prática mediúnica, mas em todo lugar da Terra onde aparece a luz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Basta que o Evangelho surja aqui ou ali, derramando as claridades eternas, para que a sombra do mal se destaque em desafio. Compete a nós todos confiar em Jesus e trabalhar sempre em Sua Seara de amor e de redenção.

INFORMAÇÃO - Como uma pessoa pode notar que é dotada de mediunidade, quais as vantagens espirituais oferecidas pela mesma, e como essa pessoa deve proceder?

Chico - A mediunidade é peculiar a toda criatura humana; todas as pessoas são portadoras de valores mediúnicos que podem ser cultivados ao máximo, desde que a criatura se dedique a esse gênero de trabalho espiritual. De modo que, muitas vezes, encontramos uma certa dificuldade no problema mediúnico dentro da Doutrina Espírita. De modo geral, a pessoa só se diz médium quando se sente vinculada a um processo obsessivo; quando sente arrepios, muita perturbação, muito assédio, muita angústia, então se diz que essa pessoa é médium. Bem, aí já é médium assediado, médium doente. A mediunidade está enferma. Mas a pessoa sem plenitude dos seus valores físicos, pode perfeitamente estudar a própria mediunidade e ver qual o caminho que suas faculdades mediúnicas podem tomar. Uma criatura que desenvolva a sua própria mediunidade, desenvolve-a educando-se, procurando aprimorar a sua capacidade cultural, os seus valores, vamos dizer, os seus valores de experiência humana, os seus contatos no campo da humanidade, o seu dom de servir; essa criatura encontra na mediunidade, um campo vastíssimo de trabalho e de felicidade, porque a felicidade verdadeira vem do trabalho bem aplicado, daquele trabalho que se constitui um serviço pelo bem de todos. E o médium, dentro da Doutrina Espírita é uma criatura não considerada fora de série de criaturas humanas. O médium é um ser humano, com as fraquezas e as perfeições potenciais de toda a criatura terrestre. Então, a Doutrina Espírita é Mãe Generosa porque acolhe a criatura humana e faz dela um médium, mesmo que tenha muitos erros e muitos acertos, mas, depois, do curso do tempo, os acertos vão abafando os erros e a criatura pode terminar a existência com grande merecimento. Porque pelo trabalho na mediunidade, trabalho pelo bem comum, ela vence esse peso, que é o mais importante no mundo. Vencer a nós mesmos do ponto de vista das tendências inferiores que estejamos carregando. Falo isso a meu respeito, porque não creio que ninguém carregue tanta imperfeição como eu...

INFORMAÇÃO - Qual foi a maior alegria em sua vida mediúnica?

Chico - Por acréscimo de misericórdia do Alto, tenho tido muitas alegrias em minha vida mediúnica. Não posso, no entanto, esquecer que uma das maiores, se verificou no término da psicografia do livro "Paulo e Estevão", de Emmanuel, em julho de 1941, quando os benfeitores desencarnados me permitiram contemplar quadros do Mundo Espiritual que ficaram para mim inesquecíveis. Outra grande emoção que experimentei foi a ida, em espírito, em companhia de Emmanuel e André Luiz até a região suburbana de "Nosso Lar", em Agosto de 1943, acontecimento esse que se deu, não por merecimento de minha parte, mas para que, em minha ignorância, eu não entravasse o trabalho de André Luiz, por meu intermédio, de vez que eu estava sentindo muita perplexidade, no início da psicografia do primeiro livro dele, através de minhas pobres faculdades.

INFORMAÇÃO - Quem trabalha tanto e trabalhou tanto até agora, nada recebe pelo seu trabalho?

Chico - Graças a Deus, nunca entrou em nossas cogitações receber qualquer remuneração pelos livros psicografados, que os nossos amigos espirituais consideram como sendo um depósito sagrado. Mas é preciso que eu me explique: tenho tido uma compensação muito maior que aquela que pudesse vir ao meu encontro através do dinheiro: é a amizade. O Espiritismo e a mediunidade trouxeram-me amigos tão queridos, que me dispensam tanto carinho, que eu me considero muito mais feliz com estes tesouros do coração, como se tivesse milhões à minha disposição.

INFORMAÇÃO - Pretende atingir novos objetivos?

Chico - Grande misericórdia me fará a Providência Divina permitindo-me a possibilidade de continuar trabalhando e aprendendo.

INFORMAÇÃO - Como você explica que até hoje nenhum cientista tenha feito urna prova científica, unanimamente aceita, dos fenômenos espirituais?

Chico - Nós, encontramos sempre um conflito entre ciência e religião. A religião caminha para Deus, ensinando; a ciência caminha para as novidades de Deus, estudando. As discussões se formam e a prova experimental do espírito do ponto de vista científico, é sempre mais difícil. Mas essa prova está sendo organizada pela própria ciência nos dias de hoje (...) . Estamos caminhando... Mas, também do ponto de vista religioso, você pode imaginar a reviravolta que vai haver no mundo, quase que uma violência do mundo espiritual em desfavor da Terra, se tivermos, de um dia para outro, uma demonstração tão autêntica que atinja as raias da violência? Isso não seria construtivo. Naturalmente, está no plano da Vida Superior preparar a nós outros, pouco a pouco, através de nossas experiências e de nossas provas, para o conhecimento mais exato da sobrevivência além da morte. Estamos convencidos de que a Parapsicologia, sem nenhuma idéia de fanatismo, como ciência pura de observação, alcançará resultados compensadores dentro de muito breve tempo. Sempre que a ciência entra em conflito com a religião ou crie qualquer problema de fanatismo dentro dela, essa prova a que nos referimos, vai ficando cada vez mais remota. Esperemos porém, confiantemente o futuro, porque precisamos da certeza de que a vida continua, certeza em favor de todos.

INFORMAÇÃO - A que você atribui a taxa sempre crescente de doentes mentais?

Chico - Os Espíritos que se comunicam, são unânimes em afirmar que essa taxa crescente de perturbações, na atualidade, decorre do desequilíbrio existente entre as nossas conquistas de ordem científica e o atraso dos nossos sentimentos. Existe grave desequilíbrio na balança cérebro-coração. A medida que o progresso nos exonera as mãos de maior esforço, mais amplamente estamos a sós conosco nos caminhos da vida. Com isso faceamos certas dificuldades para nos suportarmos, do ponto de vista individual, sem perturbações, porque estas perturbações são consequentes à nossa incapacidade de responder, do ponto de vista emocional, à evolução da inteligência. Isso cria tomadas de obsessão ou desarmonias mentais muito grandes, reconhecendo-se que ainda cultivamos certa espécie de amor extremamente possessivo na Terra. Falamos do ponto de vista coletivo. Esse amor possessivo gera em nós processos lamentáveis de ciúme e desesperação, que muitas vezes nos induzem à delinquência confessa. Quando encontramos um caminho de libertação espiritual, através do respeito que devemos uns aos outros, na condição de jovens e de adultos, entendendo-se que cada um de nós é um mundo por si e que cada qual de nós é chamado a exercer tarefa específica sobre a Terra, então muitos dos nossos problemas alusivos à perturbação mental estão praticamente eliminados. Isso ocorrerá, porque estaremos em condições de responder com altura de sentimento à elevação das novas descobertas que nos impelem a crer que a Terra é, realmente, para nós todos, um mundo maravilhoso. A dificuldade ou a perturbação residem, efetivamente, em nós mesmos.

INFORMAÇÃO - O que dizem os benfeitores espirituais sobre os tratamentos realizados por via mediúnica, que utilizam os recursos de Medicina Oficial (principalmente drogas alopáticas e tratamento cirúrgico), com vistas aos possíveis riscos de falha mediúnica?

Chico - Acreditamos que o problema da cura espiritual, conforme a própria expressão, é assunto pertinente à fé com que recebamos os processos de auxílio do Mundo Maior. As curas espirituais, por isso mesmo, são capazes de surgir em qualquer setor religioso, no qual a mente humana se expresse com absoluta confiança nos poderes superiores que governam a vida. Acreditando nisso, estamos convencidos de que todas as pessoas que recorrem à oração, estão munidas de um poder cuja extensão, por enquanto na Terra, não conseguimos avaliar. Quanto aos companheiros da mediunidade que se dediquem às curas de ordem física, impulsionados por Espíritos de médicos desencarnados, cremos que deveriam ou deverão solicitar o concurso de médicos encarnados dispostos a auxiliá-os em semelhante mister para que os nossos companheiros não permaneçam sozinhos ou quase que aparentemente sozinhos em tais experiências, mais fenomênicas do que doutrinárias propriamente consideradas.

INFORMAÇÃO - Como entender as doenças incuráveis, à luz do Espiritismo?

Chico - Doenças incuráveis, à luz do Espiritismo, estão arraigadas às nossas necessidades de aprendizado e evolução, resgate e aperfeiçoamento, nos campos da reencarnação e os Instrutores da Espiritualidade acrescentam que a Ciência e a Religião operam no Planeta, sob a inspiração da Providência Divina, para amenizar, diminuir, sustar ou extinguir as provações dos homens, conforme a necessidade e o merecimento de cada um.

INFORMAÇÃO - O suicídio é conseqüência de fatores psicológicos em desagregação ou de influências espirituais em evolução?

Chico - Todos sabemos: cada espírito é senhor do seu próprio mundo individual. Quando perpetramos a deserção voluntária dos nossos deveres, diante das leis que nos governam, decerto que imprimimos determinadas deformidades no corpo espiritual. Essas deformidades resultam das causas cármicas estabelecidas por nós mesmos, pelas quais sempre recebemos de volta os efeitos das próprias ações. Cometido o suicídio nessa ou naquela circunstância, geramos lesões e problemas psicológicos na própria alma, dificuldades essas que seremos chamados a debelar na próxima existência, ou nas próximas existências, segundo as possibilidades ao nosso alcance. Assim, formamos, com um suicídio, muitas tentações a suicídio no futuro, porque em nos reencarnando, carregamos conosco tendências e inclinações, como é óbvio, na recapitulação de nossas experiências na Terra. Quando falamos "tentações" não nos referimos a esse tipo de tentações que acreditamos provir de entidades positivamente infelizes, cristalizadas na perseguição às criaturas humanas. Dizemos tentação oriunda de nossa própria natureza. Sabemos que a tentação em si, na verdadeira acepção da palavra, nasce dentro de nós. Por isso mesmo poderíamos ilustrar semelhante argumento lembrando um prato de milho e um brilhante de alto preço; levado o brilhante de alto preço à percepção de um cavalo. por exemplo, é certo que o eqüino não demonstraria a menor reação; mas em apresentando a ele o prato de milho, fatalmente que ele reagirá, desejando absorver a merenda que lhe está sendo apresentada. Noutro ponto de vista, um homem não se interessaria por um prato de milho, no entanto se interessaria compreensivelmente pelo brilhante. Justo lembrar que a tentação nasce dentro de nós. Quando cometemos o suicídio, plasmamos causas de sofrimento muito difíceis de serem definitivamente extirpadas. Por isso, muitas vezes, os irmãos suicidas são repetentes na prova da indução ao suicídio, descendo desprevenidos, à desconsideração para consigo próprios. Benfeitores da Vida Maior são unânimes em declarar que, em todas as ocasiões nas quais sejamos impulsionados a desertar das experiências a que Deus nos destinou na vida terrestre, devemos recorrer à oração, ao trabalho, aos métodos de autodefesa e a todos os meios possíveis da reta consciência, em auxílio de nossa fortaleza e tranqüilidade, de modo a fugirmos de semelhante poço de angústia.

INFORMAÇÃO - No estado comatoso há momentos de lucidez plena ou apenas intervalos intermitentes?

Chico - No caso da lucidez no estado comatoso, segundo os Amigos Espirituais nos -inspiram a fim de que a nossa palavra possa ser ouvida, isso varia muito de acordo com as criaturas, segundo os graus de espiritualidade superior ou de mergulho da mente nas impressões da vida material. Na maioria das ocasiões, quando partimos do Plano Físico obedecendo aos ditames de enfermidade longa e laboriosa, o estado comatoso é seguido de lucidez: ouvimos, compreendemos aquilo que ouvimos, estamos dentro de indefinível expectativa, conquanto em paz, ou naquele estado de inquietação que se experimenta perante o desconhecido. Ainda aí porém somos impelidos a entender que a alteração dos centros de percepção sensorial deve ser considerada, porque, conforme a condição do doente, esses núcleos estão, muitas vezes, obliterados ou parcialmente semi-destruídos, sem que o espírito, eterno, possa se fazer exprimir através das potencialidades cerebrais, assim como um violinista que, apesar de muita competência, por vezes, sente-se frustrado quando está diante de um instrumento desafinado e desarticulado. Nos processos de desencarnação violenta, é natural que se entenda a lucidez por estado mental muito difícil de reter-se; o cérebro entra em choque violento, a destrambelhar-se portanto nas mais íntimas estruturas. Em vista disso, os Amigos Espirituais afirmam que na desencarnação de improviso, somos habitualmente acometidos por um sono profundo, do qual despertamos entre aqueles que nos dedicam assistência e afeição na Vida Espiritual.

INFORMAÇÃO – Qual seria sua opinião, a situação do Espiritismo no momento, no Brasil e no mundo?

Chico - O Espiritismo no Brasil é o Cristianismo redivivo. Religião e ação do Nosso Senhor Jesus Cristo, através das explicações de Allan Kardec, junto do povo e com o povo, ensinando-os com os princípios da evolução e da reencarnação, da fraternidade e da justiça, que todos somos responsáveis pelos próprios atos e que as leis divinas funcionam na Terra ou em outros mundos nós mecanismos da consciência de cada um. Os benfeitores desencarnados esperam que essa noção fundamental do Espiritismo no Brasil alcance as múltiplas escolas do Espiritismo existentes em outros Países.

INFORMAÇÃO - Como você vê o Movimento de Unificação?

Chico - Consideramos o assunto na base que o nosso benfeitor espiritual Dr. Bezerra de Menezes fixou numa de suas páginas, por nosso intermediário, quando o amigo espiritual afirmou que a Unificação do Espiritismo no Brasil é serviço urgente mas não apressado. Isso no momento nos pareceu um paradoxo, mas sem dúvida que essa confraternização dos tarefeiros espirituais é trabalho urgente, porque nós precisamos cogitar da nossa confraternização de ordem geral no campo da Doutrina, todavia esse trabalho não pode ser feito com muita pressa, porque os ingredientes para a realização dele são todo de ordem espiritual e nós não podemos agir com violência.

INFORMAÇÃO - Há alguma sugestão, em favor da concretização do movimento de Unificação no Brasil?

Chico - Considero, de acordo com as instruções dos Benfeitores Espirituais, que é nossa obrigação trabalhar, quanto nos seja possível, pela nossa própria união em torno dos programas de trabalho traçados pelas entidades que nos dirigem, a fim de que elas, por seus diretores e representantes, possam tratar da unificação na cúpula de nossa construção doutrinária.

INFORMAÇÃO - De que forma os espíritas, em geral, poderiam contribuir mais diretamente para a Unificação?

Chico - Lembrando que Jesus e Kardec sempre uniram as criaturas pelo exemplo do amor ao próximo.

INFORMAÇÃO - Qual seria o papel do Centro Espírita no Movimento de Unificação?

Chico - Os nossos amigos espirituais sempre nos ensinaram a considerar os Centros Espíritas como a Escola mais importante da nossa alma, porque é no Templo Espírita que nós recebemos de outros e podemos doar de nós mesmos os valores que servirão a cada um de nós para a vida eterna. De modo que, nós damos tanta importância ao Estudo da Matemática, ou ao estudo da Química, que realmente são importantes, não podemos menosprezar as lições em torno da paciência, em torno da tolerância, que são atitudes da alma que nós não teremos sem estudar, sem raciocinar. Portanto, um Templo Espírita é uma Universidade de formação espiritual para as criaturas humanas, e por isso o Espírito de Emmanuel, que nos orienta as atividades desde 1931, empresta a maior importância ao Templo Espírita, porque o Templo Espírita revive as casas do Cristianismo simples e primitivo em que os nossos corações se reúnem em torno dos ensinamentos do Cristo, para a melhoria da nossa vida interior. Por exemplo, numa Faculdade de ensino superior, que nos merece o máximo acatamento, nós aprendemos Ciências que vão aperfeiçoar os nossos recursos intelectuais Mas, no Centro Espírita, orientado segundo os preceitos do Evangelho, nós vamos encontrar os estudos e os raciocínios adequados à nossa necessidade de vivência em paz no mundo com a vivência igualmente do Amor uns para com os outros, segundo o ensinamento de Jesus que nós não podemos esquecer: "Amai uns aos outros como eu vos amei..."

INFORMAÇÃO - Como o Sr. vê a juventude atual?

Chico - Eu creio na juventude como sendo a esperança não só do Brasil como do mundo inteiro. A acusação que pesa sobre a chamada juventude transviada, eu quero crer que não procede, porque o número de jovens que se dedicam ao trabalho, ao estudo, à dignidade humana e à sua própria respeitabilidade no cumprimento de seus deveres, é ilimitado, e não podemos sacrificar essa maioria extraordinariamente maravilhosa, principalmente a juventude brasileira que conhecemos muito bem, à essa minoria, que em todos os tempos foi a minoria dos espíritos rebeldes, no campo da humanidade.

INFORMAÇÃO - Na juventude atual ainda há fé?

Chico - Creio que imensamente, mas com muita sinceridade. Toda criatura humana tem reservatórios infinitos de fé, e o jovem principalmente. Por exemplo, se nós que amadurecemos na experiência humana perdermos a fé nos jovens, não contaremos com futuro razoável nem com futuro tão sereno, tão produtivo, tão brilhante como desejamos. Todos temos fé na juventude e nós cremos que a juventude tem fé nas forças da vida, quando não estejamos pronunciando o nome sagrado de Deus. Já que estamos num período em que muitos jovens desejam que se fale uma linguagem mais moderna, isso é, fora da conceituação das religiões tradicionais, vamos, então dizer, como sinônimo de Deus, a Força da Vida. Todo jovem crê na força da vida, e para nós que cremos em Deus a forca da vida é Deus. Nós temos amigos jovens, que costumara dizer: Nós não cremos em Deus, nós cremos no homem; mas o homem é filho de Deus. E um pai que se vê acreditado no filho, sentir-se-á até muito mais feliz do que se as pessoas acreditarem nele, porque o homem é obra-prima de Deus. Todos os sistemas de fé raciocinada, fora do conceito da fé mística e da fé religiosa, que fazem do homem um ídolo moderno também é fé no futuro, e nós estamos certos de que essa mocidade maravilhosa dos nossos dias, estudiosa, realizadora, está caminhando para Deus pela fé com o mesmo entusiasmo com que nós caminhamos há quarenta, há trinta, vinte anos atrás.

INFORMAÇÃO - A inquietação da mocidade é medo da vida ou falta de entrosamento com o modo de pensar das gerações mais velhas?

Chico - Os Amigos Espirituais asseveram que todos estamos; os espíritos atualmente encarnados na Terra; seja em posição de mocidade ou madureza física, sofrendo indisfarçável inquietação na procura de novas formas de pensamento e progresso, e que isso é um estado natural de idéias e de cousas, na renovação da Humanidade.

INFORMAÇÃO - Como os espíritos amigos interpretam o fenômeno da juventude de hoje, com as suas tendências libertárias?

Chico - Os nossos amigos espirituais costumam dizer que devemos acolher no coração a mocidade atual, com suas características e os seus anseios de liberdade. Esclarecem, mesmo, que a maioria dos jovens atualmente reencarnados conosco na Terra, não se constituem de espíritos que procedam de faixas de evolução diferente da nossa. Em muitos casos, os jovens apresentam idéias, talvez caprichosas para nós outros - os que já atingimos a madureza - mas, estamos nas vésperas do próximo século, início do terceiro milênio. Atravessamos uma época de transição em que as idéias de liberdade e de renovação chegam até nós com um impacto muito grande. Assim precisamos compreender a jovem-guarda como a nossa família necessitada de orientação, de educação, como todos nós. Precisamos estabelecer um acordo para que o jovem encontre apoio nos espíritos amadurecidos e os espíritos amadurecidos encontrem, também, a compreensão da chamada jovem-guarda. "O moço pode e o mais velho sabe"; convém que a experiência esteja unida à possibilidade de realização para que cheguemos, na Terra, ao verdadeiro progresso. A jovem-guarda merece a nossa consideração, o nosso amor, como se toda ela fosse constituída de filhos nossos, necessitados de amor, de assistência, de orientação. Todos nós, na juventude, também tivemos anseios de liberdade. Hoje, damos graças a Deus por todos aqueles que nos ampararam e nos apontaram o caminho, com paciência e com respeito, sem ferir, ou aumentar as nossas aflições de alma e nossos propósitos de progresso e evolução.

INFORMAÇÃO - Há consumo cada vez maior de psicotrópicos pelo adolescente; quais as razões que o levam a isso?

Chico - Acreditamos que a ausência de preparação espiritual para facear os problemas e exigências da moderna civilização – civilização essa com traços do homem na Lua e milhares de crianças relegadas à penúria e ao analfabetismo nas furnas da Terra, -sugerem fuga a verdadeiras multidões de jovens e adultos na atualidade que passam a desrespeitar a função medicamentosa que a Providência Divina dotou os psicotrópicos, através da Ciência Médica, chamada no Mundo à elevada missão de aliviar e curar; essas multidões anseiam esquecer e tentam subtrair-se à preocupação, dopando a própria mente com o uso imoderado de drogas que não deveriam sair da esfera específica de socorro aos doentes para os quais foram criadas. O resultado, porém, é sempre contraproducente, de vez que todos somos espíritos eternos e mais dia menos dia, quantos pretendam omissão ou deserção, no trabalho que nos compete a cada um, em favor de todos, para a melhoria e aperfeiçoamento de nós próprios, despertarão em si mesmos com a obrigação de se reajustarem, ante as leis de responsabilidade pessoal, estabelecidas no mundo pelas Leis de Deus.

INFORMAÇÃO - O que o Sr. teria a nos dizer sobre o chamado "amor livre"?

Chico - Com respeito ao amor livre em si, estou recordando, neste momento, uma trova que nos foi transmitida, mediunicamente, pelo nosso grande poeta brasileiro Aldemar Tavares, que se distinguiu muito como trovador e foi, até, o Rei da Trova Brasileira. Escrevendo por nosso intermédio, em Uberaba, ele psicografou uma trova nestes termos:

Amor livre, uma expressão,
Que vive a se contrapor;
Amor em si não é livre,
Se é livre, não é amor!

INFORMAÇÃO - Em face do desenvolvimento mental da criança, da influência dos meios de comunicação do processo de aprendizagem, justificar-se-ia a programação de aulas predominantemente de Doutrina Espírita?

Chico - Pelo menos depois dos 8 a 10 anos de idade, acreditamos que sim, porque a mente infantil dos 9 e 10 anos de idade, já se encaminha para uma posição consolidada na reencarnação, que a criança está começando a viver. Aos 10 anos, dos 10 aos 12, temos um mundo de informações para dar à criança, e isso a nosso ver é muito necessário, porque a criança está encontrando hoje, um mundo muito diferente daquele que os adultos de agora encontraram há 40, 50, 30 anos atrás. Há muitos pequeninos que são chamados aos 8, 9, 10 e 11 anos de idade a facear problemas que só adultos conheciam há 10 anos passados. Hoje, autoridades da Europa e da América do Norte, em diversos comentários e estudos de revistas de divulgação científica, muitas autoridades andam impressionadas com o suicídio entre crianças, suicídio de crianças de 10, 11, de 12, de 13. Estes suicídios nesta idade não eram comuns, nem eram mesmo conhecidos há 15, 20 anos atrás Crianças que sofrem a perda de pais ou que são abandonadas pelos pais e que se suicidam mesmo, se afogam, se envenenam, procuram armas, atiram contra si próprias. Isto é um problema sério para todos aqueles que se sentem vinculados à tarefa de socorro à criança.

INFORMAÇÃO - O que o senhor tem a nos dizer sobre material didático constante de apólogos e símbolos para as Escolas Espíritas de Evangelização, desde a faixa de 5 a 13 anos?

Chico - Nós estamos vendo muita discussão em torno deste assunto, por toda parte. Uns não querem que a criança ouça apólogos com vozes humanas em animais, outros exigem que este material seja posto em função. Não estando dentro do movimento de educação da criança nos meios espíritas, nós não temos o direito de opinar, porque só devemos opinar num assunto quando estamos em atividade dentro dele. Mas, como criatura humana que sou, creio que até os 6 anos, nessa faixa, uma árvore, uma borboleta, uma fonte, uma andorinha conversar, isto ajuda muito a criança. Agora, depois dos 6. 7 anos é interessante que a criança entre num mundo de realidades objetivas, para que ela não acuse o adulto de mentiroso. Mas, não devemos levar tão longe essa ideia de que estejamos mentindo. A criança nos primeiros tempos de vida, tem necessidade da história tocada de amor, tocada de ternura, beleza, espiritualidade. E o apólogo em que os animais comparecem conversando entre si, dando lições, este apólogo é sempre um agente muito proveitoso no esclarecimento da mente. Não vemos nenhum inconveniente, mas deixamos os assuntos para os técnicos.

INFORMAÇÃO - Qual a tarefa do dirigente espírita junto aos evangelizadores?

Chico - Cremos que o dirigente de instituição Espírita, a nosso ver, deveria prestigiar ao máximo o trabalho dos evangelizadores, porque eles funcionam dentro da Organização Espírita Cristã, corno legítimos educadores dos pequeninos que amanhã tomarão o nosso lugar, em todos os setores da experiência terrestre. Esse trabalho é grande e sublime demais para ser subestimado, por isso mesmo nós admitimos, que o assunto não pode escapar do apoio dos dirigentes espíritas, que, naturalmente, se estão devidamente conscientizados de suas tarefas, hão de apoiar os professores como sendo companheiros dos mais estimáveis na Seara Espírita Evangélica.

INFORMAÇÃO - O que o senhor acha da realização de Simpósios sobre Evangelização da Criança?

Chico - Nós acreditamos que é uma necessidade, porque favorece a troca dos pontos de vista e dos estudos experimentais que possam ser realizados em torno da educação espírita-cristã, dedicada à criança; antes da ministração de ensinamentos mais claros e mais definitivos da Doutrina Espírita, aplicada à nossa própria vivência, no caminho comum da Terra. O Simpósio é como se fora uma reunião de pais ou responsáveis observando que tipo de alimentação pode ser dado a determinadas comunidades infantis. Antes das lições em si, o Simpósio é sempre uma preparação de contatos. E nós não podemos esquecer isto, sem nos perdermos na precipitação, que acaba sempre em prejuízo e em atividade inútil dentro de nossas instituições.

INFORMAÇÃO - Quais as matérias que os Espíritos gostariam que fossem estudadas nestes Simpósios?

Chico - Temos ouvido o Espírito de Emmanuel há muitos anos com respeito a estes assuntos, e ele admite, sem nenhuma exigência, porque os nossos amigos espirituais não nos violentam em atitude alguma, ele considera que seria muito interessante os professores encarnados na Terra, e que se encontram nessa maravilhosa tarefa de preparação do futuro na mente infantil, ele considera que seria interessante reuniões deles, selecionando os temas espíritas, dentro da atualização dos nossos processos atuais de vivência, para que a criança possa desenvolver para a vida adulta, com o conhecimento possível das estradas e experiências que a esperam no dia de amanhã. Nós sempre nos desvelamos em nossas casas, no ensino da bondade, do perdão, das atitudes evangélicas em si, roas precisamos descobrir um meio de comunicar à criança, algum ensinamento em torno da Lei da Causa e Efeito, mostrando determinados tópicos dos mais expressivos para o mundo infantil, com respeito à reencarnação, o problema da imortalidade da alma. Muitas vezes, encontramos crianças traumatizadas pela perda de irmãos pequeninos, pela perda dos pais, pela perda de amigos, de parentes próximos, e nos esquecemos de que os pequeninos também, esperam uma palavra de consolo e esclarecimento, qual acontece corri os adultos, diante dos processos de desencarnação. E muitas vezes, nós esquecemos de conduzir a criança para este tipo de lição, para este tipo de comentários, com receio de apressar na mente da criança determinados pensamentos com relação à morte do corpo Precisávamos estudar quais os meios de começar a oferecer a criança, bases para que ela se conheça no mundo em que está vivendo e naquele mundo social em que ela vai viver. Mas, é. assunto dos professores, porque os espíritos amigos dizem sempre que, aqueles que se reencarnam na Terra pare determinadas tarefas, não devem ser incomodados coro opiniões estranhas a eles mesmos desde que, se eles receberam estes encargos, é porque eles os merecem, e está ria órbita das responsabilidades deles. Os professores espíritas reencarnados têm essa responsabilidade asse encargo a cumprir, selecionar os assuntos, para fortalecer e amparar a criança diante do futuro.




Fonte: "Entrevistando Chico Xavier" / Adaptação das obras "No Mundo de Chico Xavier", de Elias Barbosa, e "Entrevistas", organizada por Salvador Gentile e Hercio Marcos Cintra Arantes" / Revista Informação / Abril de 1977 / Editora IDE 

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Provas da Existência e da Sobrevivência do Espírito




"A alma do homem sobrevive ao corpo e conserva a sua individualidade após a morte deste."
(Allan Kardec: Obras póstumas. Primeira parte, item 7)

"Provam a existência da alma os atos inteligentes do homem, por isso eles hão de ter uma causa inteligente e não uma causa inerte. Que ela independe da matéria esta demonstrado de modo patente pelos fenômenos espiritas que a mostram agindo por si mesma (...)"
(Allan Kardec: Obras Póstumas. Primeira parte, item 6)

"A sobrevivência da alma à morte do corpo está provada de maneira irrecusável e até certo ponto palpável, pelas comunicações espíritas. Sua individualidade é demonstrada pelo caráter e pelas qualidades peculiares a cada um. Essas qualidades, que distinguem umas das outras as almas, lhes constituem a personalidade (...) Alem dessas provas inteligentes, há também a prova material das manifestações visuais ou aparições, tão frequentes e autênticas, que não é lícito pô-las em dúvida."
(Obras póstumas. Primeira parte, item 7)

À pergunta - existe a alma? - a ciência responde talvez, os fenômenos do magnetismo, do hipnotismo e da anestesia dizem que sim, e nisso confirmam todas as deduções da filosofia e as afirmações da consciência.

Constrangidos, pelas evidências dos fatos, a admitir uma força diretriz no homem, grande número de materialistas se refugiam em uma última negativa, sustentando que essa energia se extingue com o corpo, de que ela não era senão uma emanação. Como todas as forças físicas e químicas, dizem eles, a alma, essa resultante vital, cessa com a causa que a produz; morto o homem, está aniquilada a alma.

Será possível? Não seremos mais que um simples conglomerado vulgar de moléculas sem solidariedade umas com as outras? Deve desaparecer para sempre nossa individualidade cheia de amor e, do que foi um homem, não restará verdadeiramente senão um cadáver destinado a desagregar-se, lentamente, na fria noite do túmulo?

A primeira refutação a esse pensamento de que o Espírito se origina da matéria vem do raciocínio lógico de Descartes: cogito, ergo sum (penso, logo existo), que poderia ser entendido assim: a matéria por si mesma não pensa, logo existe em mim, além da matéria, algo que é o agente do meu pensamento. Poder-se-ia admitir que é o cérebro que segrega esse pensamento, como o fígado segrega a bílis? Seria isso ilógico considerarmos que, sendo o pensamento um efeito inteligente, não reclamaria a existência de uma causa também inteligente.

Allan Kardec assinala que a dúvida, no que concerne à existência dos Espíritos, tem como causa primária a ignorância acerca da verdadeira natureza deles. Geralmente, são figurados como seres à parte da criação e de cuja existência não está demonstrada a necessidade. Seja qual for a ideia que dos Espíritos se faça, a crença neles necessariamente se funda na existência de um princípio inteligente fora da matéria. Essa crença é incompatível com a negação absoluta deste princípio.

Se a crença nos Espíritos e nas suas manifestações - afirma ainda Kardec - representasse uma concepção singular, fosse produto de um sistema, poderia, com visos de razão, merecer a suspeita de ilusória. Digam-nos, porém, por que com ela deparamos tão vivaz entre os povos, antigos e modernos, e nos livros santos de todas as religiões conhecidas? É, respondem os críticos, porque, desde todos os tempos, o homem teve gosto do maravilhoso. - Mas, que entendeis por maravilhoso? - O que é sobrenatural. - Que entendeis por sobrenatural? - O que é contrário às leis da Natureza. - Conheceis, porventura, tão bem essas leis, que possais marcar um limite ao poder de Deus? Pois bem! Provai então que a existência dos Espíritos e suas manifestações são contrárias às leis da Natureza; que não é, nem pode ser uma destas leis. Acompanhai a Doutrina dos Espíritos e vede se todos os elos, ligados uniformemente à cadeia, não apresentam todos os caracteres de uma lei admirável, que resolve tudo que as filosofias até agora não puderam resolver.

Os fenômenos que evidenciam a existência e a sobrevivência do Espírito vêm sendo pesquisado, sobretudo a partir do século XIX, por pessoas sérias e conceituadas em vários países. A pesquisa existente a respeito desse assunto é muito rica. Citaremos aqui apenas algumas modalidades desse trabalho investigativo.


Fenômenos de exteriorização da alma:

Durante o sono quando o corpo descansa e os sentidos estão inativos, podemos verificar que um ser vela e age em nós, vê e ouve através dos obstáculos materiais, paredes ou portas, e a qualquer distância. O ser fluídico se desloca, viaja, paira sobre a Natureza, assiste a uma multidão de cenas, e tudo isso se realiza sem a intervenção dos sentidos materiais, estando fechados os olhos, e os ouvidos nada percebendo.

Kardec denomina este fenômeno, de clarividência sonambúlica. Assim se expressa o Codificador do Espiritismo:

Sendo de natureza diversa das que ocorrem no estado de vigília, as percepções que se verificam no estado sonambúlico não podem ser transmitidas pelos mesmos órgãos. É sabido que neste caso a visão não se efetua por meio dos olhos que, aliás se conservam, em geral, fechados. Ao demais, a visão à distância e através dos corpos opacos exclui a possibilidade do uso dos órgãos ordinários da vista. E a alma que confere ao sonâmbulo as maravilhosas faculdades de que ele goza.


Casas mal-assombradas e transporte de objetos:

O Fenômeno das casas mal-assombradas e um dos mais conhecidos e frequentes. Encontramo-lo um pouco por toda a parte. Numerosíssimos são os lugares mal-assombrados, as casas, em cujas paredes e em cujos soalhos e móveis se ouvem ruídos e pancadas. Em certas habitações, os objetos se deslocam sem contato; caem pedras lançadas do exterior por uma força desconhecida; ouvem-se estrépidos de louça a quebrar-se, gritos, rumores diversos, que incomodam e atemorizam as pessoas impressionáveis.

A história do moderno Espiritualismo começou por um caso de natureza mal-assombrada. As manifestações da casa de Hydesville, assim visitada em 1848, e as tribulações da família Fox, que nela residia e são bem conhecidas.


Fenômeno das mesas girantes

Mesas girantes são o nome dado às comunicações dos Espíritos por meio do movimento circular que eles imprimem a uma mesa. Este efeito igualmente se produz com qualquer outro objeto, mas sendo a mesa o movem com que, pela sua comodidade, mais se tem procedido a tais experiências, a designação de mesas girantes prevaleceu, para indicar esta espécie de fenômenos.


Manifestação dos Espíritos pela escrita

Variadas são as formas de comunicação dos Espíritos pela escrita, a saber:

a) Psicografia indireta: obtida por meio de pranchas, cestas e mesinhas às quais se adapta um lápis.

b) Psicografia direta ou manual: Obtida pelo próprio médium sob a influência dos Espíritos, podendo aquele ter, ou não consciência do que escreve.

c) Escrita direta ou Pneumatografia: produzida espontaneamente, sem o concurso, nem da mão do médium, nem do lápis. Basta tomar-se de uma folha de papel branco, dobrá-la e depositá-la em qualquer parte, numa gaveta, ou simplesmente sobre um móvel. Feito isso, se a pessoa estiver nas devidas condições, ao cabo de mais ou menos longo tempo, encontrar-se-ão, traçados no papel, letras, sinais diversos, palavras, frases e até dissertações, as mais das vezes com uma substância acinzentada, análoga à plumbagina, doutras vezes com lápis vermelho, tinta comum e, mesmo, tinta de imprimir.


Manifestação dos Espíritos pela audição e pela palavra

Os Espíritos podem-se comunicar pelo aparelho auditivo do médium, o que possibilita a este manter com eles conversação regular. Podem, de igual modo, atuar sobre os seus órgãos da palavra. Nesse caso, o médium transmite as idéias dos Espíritos muitas vezes sem ter consciência do que está falando e, frequentemente, diz coisas completamente estranhas à suas ideias habituais, aos seus conhecimentos e, ate, fora do alcance de sua inteligência.


Aparições e materializações dos Espíritos

Dão-se as aparições dos Espíritos quando o vidente se acha em estado de vigília e no gozo pleno e inteira liberdade das suas faculdades. Apresentam-se, em geral sob uma forma vaporosa e diáfana, às vezes vaga e imprecisa. Doutras vezes, as formas se mostram nitidamente acentuadas, distinguindo-se os menores traços da fisionomia, a ponto de se tornar possível fazer-se da aparição uma descrição completa.

Por vezes, o Espírito se apresenta sob uma forma ainda mais precisa, com todas as aparências de um corpo sólido, ao ponto de causar completa ilusão e dar a crer, aos que observam a aparição, que tê, adiante de si um ser corpóreo. Em alguns casos, finalmente, sob o império de certas circunstâncias, a tangibilidade se pode tornar real, isto é, possível se torna ao observador tocar, palpar, sentir, na aparição a mesma resistência, o mesmo calor que num corpo vivo, o que não impede que a tangibilidade se desvaneça com rapidez de um relâmpago. Nesses casos, já não é somente com o olhar que se nota a presença do Espírito, mas também pelo sentido tátil. Dado se possa atribuir à ilusão ou a uma espécie de fascinação a aparição simplesmente visual, o mesmo já não ocorre quando se consegue segurá-la, palpá-la , quando ela própria segura o observador e o abraça, circunstâncias em que nenhuma dúvida é mais lícita. Os fatos de aparições tangíveis (materializações) são os mais raros; porém, os que se têm dado pela influência de alguns médiuns de grande poder e absolutamente autenticados por testemunhos irrecusáveis, provam e explicam o que a história refere acerca de pessoas que, depois de mortas, se mostram com todas as aparências da realidade.


Xenoglossia

Por fenômenos de xenoglossia entendem-se os casos em que o médium não só fala ou escreve em línguas que ignora, mas fala ou escreve nessas línguas, formulando observações originais, ou conversando com os presentes.


Trans-comunicação instrumental

Esse fenômeno abrange a manifestação dos Espíritos através dos meios técnicos, tais como, gravador, rádio, secretária eletrônica, computador, fax, televisão, telefone.


Experiência de quase morte

É o estado de morte clínica que uma pessoas experimenta durante alguns instantes, após o que retorna à vida física. Os relatos feitos pelas pessoas que passaram por essa experiência coincidem com os ensinamentos do Espiritismo e das religiões que aceitam a reencarnação.


Visão no leito de morte

No momento da morte, são comuns percepções do mundo espiritual e dos Espíritos, podendo, inclusive, aquele que está em processo de desencarnação visitar parentes e amigos, a fim de despedir-se deles. Investigações criteriosas têm demonstrado que esses fenômenos não são mera alucinação.

As modalidades de fenômenos que referimos, são, como dissemos, apenas ilustrativas do grande acervo de fatos que têm sido observados ao longo do tempo por eminentes pesquisadores de diversas nacionalidades. Essa gama de fenômenos, apenas explicados integralmente pelo Espiritismo, leva-nos a dize com Léon Denis que a sobrevivência está amplamente demonstrada. Nenhuma outra teoria, a não ser a da intervenção dos sobrevivos, seria capaz de explicar o conjunto dos fenômenos em suas variadas formas. Alf. Russel Wallace o disse: "O Espiritismo está tão bem demonstrado como a lei de gravitação". E W. Crookes repetia: "O Espiritismo está cientificamente demonstrado."


Em resumo, podemos dizer que são copiosas as provas da sobrevivência para aqueles que as procuram de ânimo sincero, com inteligência e perseverança. Assim a noção de imortalidade se destaca pouco a pouco das sombras acumuladas pelos sofismas e negações, e a alma humana se afirma em sua imperecedoura realidade.