Blog do CLE Missionários da Luz (o primeiro Clube do Livro Espírita de Olinda- PE), que tem como objetivo reunir os atuais associados, conquistar novos amigos e divulgar a Doutrina Espírita, praticando um dos belos conselhos do Espírito Emmanuel: "A maior caridade que praticamos, em relação à Doutrina Espírita, é a sua própria divulgação."Sejam todos bem vindos ao nosso Blog!Conheça,divulgue, compartilhe conosco este espaço que é de todos nós!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Página do Moço Espírita Cristão





"Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé e na pureza." - Paulo (I Timóteo, 4:12)

Meu amigo da cristandade juvenil, que ninguém te despreze a mocidade.

Este conselho não é nosso. Foi lançado por Paulo de Tarso, o grande convertido, há dezenove séculos.

O apóstolo da gentilidade conhecia o teu soberano potencial de grandeza. A sua última carta, escrita com as lágrimas quentes do coração angustiado, foi também endereçada a Timóteo, o jovem discípulo que permaneceria no círculo dos testemunhos de sacrifício pessoal por herdeiro de seus padecimentos e renunciações.

Paulo sabia que o moço é o depositário e realizador do futuro.

Em razão disso, confiava ao aprendiz a coroa da luta edificante.

Que ninguém, portanto, te menoscabe a juventude, mas não te esqueças de que o direito, sem o dever, é vocábulo vazio.

Ninguém exija sem dar ajudando e sem ensinar aprendendo também.

Sê, pois, em tua escalada do porvir, o exemplo dos mais jovens e dos mais velhos que procuram no Cristo o alvo de suas aspirações, ideais e sofrimentos.

Consagra-te à palavra elevada e consoladora.

Guarda a bondade e a compreensão no trato com todos os companheiros e situações que te cercam.

Atende à caridade que te pede estímulo e paz, harmonia e auxílio para todos.

Sublima o teu espírito na glória de servir.

Santifica a fé viva, confiando no Senhor e em ti mesmo, na lavoura do bem, que deve ser cultivada todos os dias.

Conserva a pureza dos teus sentimentos a fim de que o teu amor seja invariavelmente puro, na verdadeira comunhão com a Humanidade.

Abre as portas de tua alma a tudo o que seja útil, nobre, belo e santificante e, de braços devotados ao serviço da Boa Nova, pela Terra regenerada e feliz, sigamos com a vanguarda dos nossos benfeitores ao encontro do Divino Amanhã.


Pelo Espírito Emmanuel, em "Segue-me!...", Casa Editora O Clarim.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Os Anjos Segundo o Espiritismo




Que haja seres dotados de todas as qualidades atribuídas aos anjos, não restam dúvidas. A revelação espírita neste ponto confirma a crença de todos os povos, mas nos faz conhecer, ao mesmo tempo, a origem e natureza de tais seres.

As almas ou Espíritos são criados simples e ignorantes, isto é, sem conhecimentos e sem consciência do bem e do mal, porém, aptos para adquirirem tudo o que lhes falta. O trabalho é o meio de aquisição, e o fim - que é a perfeição - é para todos o mesmo.

Conseguem-no mais ou menos prontamente em virtude do livre-arbítrio e na razão direta dos seus esforços; todos têm os mesmos graus a percorrer, o mesmo trabalho a concluir. Deus não aquinhoa melhor a uns do que a outros, porquanto é justo, e, visto serem todos seus filhos, não têm predileções. Ele lhes diz: Eis a lei que deve constituir a vossa norma de conduta; só ela pode levar-vos ao fim; tudo que lhe for conforme é o bem; tudo que lhe for contrário é o mal. Tendes inteira liberdade de observar ou infringir esta lei, e assim sereis os árbitros da vossa própria sorte.

Deus, portanto, não criou o mal; todas as suas leis são para o bem, e foi o próprio homem quem criou esse mal, infringindo essas leis; se ele as observasse, escrupulosamente, jamais se desviaria do bom caminho.

Entretanto, a alma, qual criança, é inexperiente nas primeiras fases da existência, e por isso ela é falível. Não lhe dá Deus essa experiência, mas dá-lhe meios de adquiri-la. Assim, um passo em falso, no caminho do mal, é um atraso para a alma, que, sofrendo-lhe as conseqüências, aprende à sua custa o que importa evitar. Deste modo, pouco a pouco, se desenvolve, aperfeiçoa e avança na hierarquia espiritual até ao estado de Espírito puro ou anjo.

Os anjos são, pois, as almas dos homens chegados ao grau de perfeição que a criatura comporta, fruindo em sua plenitude a prometida felicidade. Antes, porém, de atingir o grau supremo, gozam de felicidade relativa ao seu adiantamento, felicidade que consiste, não na ociosidade, mas nas funções que a Deus apraz confiar-lhes, e por cujo desempenho se sentem felizes, tendo ainda nele um meio de progresso.

A Humanidade não se limita à Terra; ela habita inúmeros mundos que no Espaço circulam; já habitou aqueles que desapareceram e habitará os que se formarem. Tendo-a criado de toda a eternidade, Deus jamais cessa de criá-la. Muito antes que a Terra existisse e por mais remota que a suponhamos, outros mundos haviam, nos quais Espíritos encarnados percorreram as mesmas fases que ora percorrem os de mais recente formação, atingindo seu fim antes mesmo que houvéramos saído das mãos do Criador.

De toda a eternidade tem havido, pois, Espíritos puros ou anjos; mas, como a sua existência humana se passou num infinito passado, eis que os supomos como se tivessem sido sempre anjos de todos os tempos.

Realiza-se assim a grande lei de Unidade da Criação; Deus nunca esteve inativo e sempre teve Espíritos puros, experimentados e esclarecidos, para transmissão de suas ordens e direção do Universo, desde o governo dos mundos até os mais ínfimos detalhes. Tampouco teve Deus necessidade de criar seres privilegiados, isentos de obrigações; todos, antigos ou novos, adquiriram suas posições na luta e por mérito próprio; todos, enfim, são filhos de suas obras.

E, desse modo, completa-se com igualdade a Soberana Justiça do Criador.


Texto retirado do livro “O Céu e o Inferno - A Justiça Divina Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Além do Sono




De passagem por nosso templo, rogo vênia para ocupar-lhes a atenção com alguns apontamentos ligeiros, em torno de nossas tarefas habituais.
Dia e noite, no tempo, simbolizam existência e morte na vida.
Não há morte libertadora sem existência edificante.
Não há noite proveitosa sem dia correto.
Vocês não ignoram que a atividade espiritual da alma encarnada estende-se além do sono físico; no entanto, a invigilância e a irresponsabilidade, à frente de nossos compromissos, geram em nosso prejuízo, quando na Terra, as alucinações hipnogógicas, toda vez que nos confiamos ao repouso.
É natural que o dia mal vivido exija a noite mal assimilada.
O Espírito menos desperto para o serviço que lhe cabe, certamente encontrará, quando desembaraçado da matéria densa, trabalho imperioso de reparação a executar.
Por esse motivo, grande maioria de companheiros encarnados gasta as horas de sono exclusivamente em esforço compulsório de reajuste.
Mas, se o aprendiz do bem atende à solução dos deveres que a vigília lhe impõe, torna-se, como é justo, além do veículo físico, precioso auxiliar nas realizações da Esfera Superior.
Convidamos, assim, a vocês, tanto quanto a outros amigos a quem nossas palavras possam chegar, à tarefa preparatória do descanso noturno, através do dia retamente aproveitado, a fim de que a noite constitua uma província de reencontro das nossas almas, em valiosa conjugação de energias, não somente a benefício de nossa experiência particular, mas também a favor dos nossos irmãos que sofrem.
Muitas atividades podem ser desdobradas com a colaboração ativa de quantos ainda se prendem ao instrumento carnal, principalmente na obra de socorro aos enfermos que enxameiam por toda parte.
Vocês não desconhecem que quase todas as moléstias rotineiras são doenças da ideia, centralizadas em coagulações de impulsos mentais, e somente ideias renovadoras representam remédio decisivo.
Por ocasião do sono, é possível a ministração de amparo direto e indireto às vítimas dos labirintos de culpa e das obsessões deploráveis, por intermédio da transfusão de fluidos e de raios magnéticos, de emanações vitais e de sugestões salvadoras que, na maior parte dos casos, somente os encarnados, com a assistência da Vida Superior, podem doar a outros encarnados.
E benfeitores da Espiritualidade vivem a postos, aguardando os enfermeiros de boa-vontade, samaritanos da caridade espontânea, que, superando inibições e obstáculos, se transformem em cooperadores diligentes na extensão do bem.
Se vocês desejam partilhar semelhante concurso, dediquem alguns momentos à oração, cada noite, antes do mergulho no refazimento corpóreo.
Contudo, não basta a prece formulada só por só. É indispensável que a oração tenha bases de eficiência no dia bem aproveitado, com abstenção da irritabilidade, esforço em prol da compreensão fraterna, deveres irrepreensivelmente atendidos, bons pensamentos, respeito ao santuário do corpo, solidariedade e entendimento para com todos os irmãos do caminho, e, sobretudo, com a calma que não chegue a ociosidade, com a diligência que não atinja a demasiada preocupação, com a bondade que não se torne exagero afetivo e com a retidão que não seja aspereza contundente.
Em suma, não prescindimos do equilíbrio que converta a oração da noite numa força de introdução à espiritualidade enobrecida, porque, através da meditação e da prece, o homem começa a criar a consciência nova que o habilita a atuar dignamente fora do corpo adormecido.
Consagrem-se à iniciação a que nos referimos e estaremos mais juntos.
É natural não venham a colher resultados, de imediato, nas faixas mnemônicas da recordação, mas, pouco a pouco, nossos recursos associados crescerão, oferecendo-nos mais alto sentido de integração com a vida verdadeira e possibilitando-nos o avanço progressivo no rumo de mais amplas dimensões nos domínios do Universo.
Aqui deixamos assinalada nossa lembrança que encerra igualmente um apelo ao nosso trabalho mais intensivo na aplicação prática ao ideal que abraçamos, porque a alma que se devota à reflexão e ao serviço, ao discernimento e ao estudo, vence as inibições do sono fisiológico e, desde a Terra, vive por antecipação na sublime imortalidade.



Calderaro.


Do cap. 49 do livro Instruções Psicofônicas, ditado por Espíritos diversos por intermédio do médium Francisco Cândido Xavier. A mensagem acima foi transmitida em 17/2/1955 e seu autor é o instrutor espiritual a que se refere André Luiz em seu livro “No Mundo Maior”.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Seria o Próprio Jesus O Consolador?




Vejamos esta passagem de João:
“Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja eternamente convosco, o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros. Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. (João 14,15-18 e 26).

Por ter dito que enviaria outro Consolador, devemos concluir, com Kardec, que o Consolador não é Jesus. Entretanto, a passagem bíblica dá a entender que ele é o Espírito de Verdade, fato que vem causando uma certa confusão para se identificar quem realmente ele seja, se apenas a tomarmos como referência. Kardec é quem vai nos esclarecer isso, pois, para ele, são duas coisas distintas.
Em A Gênese, cap. XVII, item 39, encontramos o seguinte:
Qual deverá ser esse Enviado? Dizendo: “Pedirei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador”, Jesus claramente indica que esse Consolador não seria ele, pois, do contrário, dissera: “Voltarei a completar o que vos tenho ensinado”. Não só tal não disse, como acrescentou: A fim de que fique eternamente convosco e ele estará em vós. Esta proposição não poderia referir-se a uma individualidade encarnada, visto que não poderia ficar eternamente conosco, nem, ainda menos, estar em nós; compreendemo-la, porém, muito bem com referência a uma doutrina, a qual, com efeito, quando a tenhamos assimilado, poderá estar eternamente em nós. O Consolador é, pois, segundo o pensamento de Jesus, a personificação de uma doutrina soberanamente consoladora, cujo inspirador há de ser o Espírito de Verdade. (KARDEC, A Gênese, FEB, 2007, p. 441).

Assim, Kardec, reafirmando o que ele já havia dito alhures, relaciona o Consolador a uma doutrina soberanamente consoladora, qual seja, o Espiritismo, cujo inspirador foi o Espírito de Verdade. Portanto, fica claro, para nós, que Kardec separa uma coisa da outra, o que nos leva a concluir que o Espírito de Verdade não é o Consolador, o qual foi identificado por ele mesmo como sendo o Espiritismo. O que fica ainda mais nítido com estas duas outras falas dele:
Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI, item 4, p. 135).
... reconhece-se que o Espiritismo realiza todas as promessas do Cristo a respeito do Consolador anunciado. Ora, como é o Espírito de Verdade quem preside ao grande movimento da regeneração, a promessa do seu advento se encontra realizada, porque, de fato, é ele o verdadeiro Consolador. (A Gênese, item 42, IDE, p. 31).

Caracteriza, portanto, o Espiritismo como sendo o Consolador prometido, ao qual lhe atribui a realização da promessa de Jesus do seu envio, o que mostra claramente a separação que fazia entre Espírito de Verdade e o Consolador.
Nessa última fala, ao dizer no final que “é ele o verdadeiro Consolador”, o “é ele” a que Kardec aqui está se referindo é o Espiritismo e não o Espírito de Verdade; ressaltamos, para que não se venha confundi-los no entendimento desse texto. Para confirmar esse nosso entendimento, vejamos esta outra fala de Kardec, contida em O Evangelho Segundo o Espiritismo (p. 134): “O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade”. Comparando essa fala com a que acima é dita “a promessa do seu advento se encontra realizada, porque, pelo fato, é ele o verdadeiro Consolador”, percebemos que nessa última frase o “seu advento” está se referindo ao Espiritismo, o que pode ser conferido com o que foi colocado na primeira frase. Assim, s.m.j., o “é ele” se relaciona à expressão “seu advento”, o que, por conseguinte, nos remete ao Espiritismo.
Podemos observar que, nessa passagem bíblica mencionada, Jesus diz “voltarei para vós”, profecia que se realizou quando da implantação do Espiritismo, isso ficará claro quando conseguirmos identificar quem usou o nome de Espírito de Verdade.


Fonte: http://www.facebook.com/paz.espiritual.1

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Perdão das Ofensas




São claras as palavras de Jesus no evangelho de Mateus, 5: 43 e 44: “Ouvistes que foi dito: Amarásao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem e caluniam; (…)”.

Nesta parte de um de seus evangelhos, Jesus trata de uma das mais complexas dificuldades do ser humano: perdoar à quem o ofende.

Passados dois mil anos, será que nós já conseguimos assimilar e praticar mais efetivamente este preceito do mestre?

Quem de nós nunca sentiu no âmago do ser, o quanto é duro ser humilhado, ser perseguido ou caluniado, muitas vezes indebitamente.

Uma das grandes diferenças entre o comportamento de Jesus e o nosso, é que Ele além de pregar, também exemplificava o que preconizava.

Certa vez depois de proferir uma palestra em um centro espírita, fui abordado por um jovem que disse querer me falar algumas palavras. Aquiesci prontamente, convidando-o a nos sentarmos em um banco que estava próximo.

O jovem me relatou que há algum tempo atrás estava em seu trabalho com um colega e este fizera uma brincadeira de mau gosto com uma funcionária de sua seção. Esta reclamou na gerência e ambos foram chamados em separado pelo gerente da loja para prestar esclarecimentos. Dissera-me ele que como a corda arrebenta sempre do lado mais fraco, seu colega – que ocupava um cargo superior ao seu – atribuíra a autoria da brincadeira a ele e que por mais que tivesse tentado explicar ao gerente que não fora autor do desagravo, levara uma advertência da loja.

O rapaz relatou-me ter ficado bastante consternado com o fato e que desde então passara a alimentar um rancor pelo seu colega de trabalho, agravado pelo fato de ter que vê-lo todos os dias.

Ouvi a narrativa sensibilizado e recordei-lhe (pois me revelara ser espírita) que Jesus havia recomendado o perdão incondicional das ofensas e que o Espiritismo viera revelar ao homem que todas as dores, todas as vicissitudes porque passamos são destinadas ao nosso aperfeiçoamento moral, características de um planeta de provas e expiações.

Recomendei-lhe que se era difícil o perdão imediato aquele que o prejudicara, que orasse em favor do seu antagonista e que se aspiramos realmente a seguir o exemplo Daquele que se imolou em prol da humanidade, urgia suportar ofensas e dores.

O semblante do jovem parecia refletir tudo aquilo que eu lhe falara e este me disse que pensaria melhor no assunto. Despedimos jubilosos e cada qual tomou o caminho de sua casa.

Algum tempo depois estava eu no meu trabalho, e fui ofendido por um colega, vítima também de uma acusação indébita.

Silenciei diante da ofensa, mas pude sentir na pele, em minha condição de criatura humana, o quanto era difícil suportar a ofensa que nos é dirigida em rosto.

Lembrei-me daquele jovem e indaguei se a vida não me fazia a seguinte pergunta:

— Você é muito bom para pregar, mas será que já consegue exemplificar?

O espírito de Manoel P. Miranda diz que “(…) o ódio é fruto do egoísmo, do personalismo magoado1 e Kardec comenta no Evangelho segundo o Espiritismo que “O ódio e o rancor denotam uma alma sem elevação e sem grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima do mal que lhes quiseram fazer. (…)” 2

É certo que a maioria de nós ainda se melindra diante da ofensa, pois somos todos espíritos em evolução, a bordo da nave Terra. Mas se realmente já desejamos assinalar a luz que resplandece do evangelho do Consolador Prometido, devemos nos lembrar que toda dor chega e passa e que Ele próprio disse que “(…) todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado”.(Lucas, XIV: 11)

Mas além disso, o Espiritismo veio revelar ao homem um sentido mais amplo para o perdão das ofensas. Não se trata apenas de uma questão moral, da prática muitas vezes da falsa bonomia.

Allan Kardec também abordou no mesmo capítulo do Evangelho segundo o Espiritismo, que citamos anteriormente, no item “Reconciliar-se com os Adversários”, que na prática do perdão e do bem em geral, além de um efeito moral, há um efeito também material, pois a morte não nos livra dos nossos inimigos. Daí a causa da maioria dos casos de obsessão, pois “O espírito mau espera que aquele a quem quer mal esteja encerrado em seu corpo, e assim menos livre, para mais facilmente o atormentar, (…)”.

A nossa dificuldade em perdoar, se dá em grande parte por causa do orgulho ferido.

Todos nós que abraçamos o Espiritismo, temos que nos lembrar que nenhuma dor é por acaso e que esta doutrina nos dá o lenitivo para todas as dores, todas as decepções porque ainda é necessário que passemos.

E em se falando de perdão, mais uma vez recordamos a figura do mestre, que durante o seu apostolado de luz salientou a importância do perdão das ofensas, numa reformulação da lei mosaica. Lembremo-nos que mesmo perseguido, zombado e ultrajado pela multidão, diante da cruz, Jesus invocou o perdão irrestrito nas palavras:

“— Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem.” (Lucas, XXIII: 34)

1. - Nas Fronteiras da Loucura, Análise das Obsessões - psicografia de Divaldo P. Franco.

2. - KARDEC, Allan - O Evangelho segundo o Espiritismo – Perdoai para que Deus vos perdoe, Cap. X. Edição EME.

(Jornal Verdade e Luz Nº 169 de Fevereiro de 2000)Paulo Henrique D. Vieira

de Uberlândia, MG.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Amor À Distância




O amor é a maior virtude. Ele se manifesta por vários métodos, veste roupas inimagináveis, pelo facto de ser amor e se dividir em todas as direcções para ser útil a todas as criaturas.

Ele é qual as ondas hertzianas, que vibram como microondas medias e longas. Ele ainda é muito mais, porquanto invade todas as frequências e auxilia em todas as distâncias, da mínima à máxima, levando a mensagem de esperança, de alegria, de caridade e da existência de Deus.

João Evangelista afirma que Deus é amor. Na verdade, vos dizemos que o Senhor é muito mais que o amor, por ser esta uma lei feita por ele, conquanto seja uma virtude que coroa os anjos, que aureola os santos e que liberta os místicos. Ela é a maior dentre as grandes virtudes no reino evangélico.

Amar é algo divino, que pode acontecer na Terra. Podemos sentir o amor da força electrostática na grande mecânica do universo, na harmonia das coisas em se reunirem por afinidades, até os grupos de almas puras, que se congregam por amor.

Aqui, vamos falar mais acentuadamente do amor a distância, espíritos que se simpatizam, pela lei das afinidades, e que determinada distância separa. Todavia, para a permuta de energias divinas, não há barreiras. As sequências de forças se cruzam na mais alta vitalidade. Desde quando se ama verdadeiramente, o poder de transmitir os sentimentos através de vibrações é faculdade inerente a todos os seres que atingiram a razão. 

O pensamento é veículo poderoso, cujo poder, pelo amor, ultrapassa em muitos casos a ciência e a filosofia, colocando os dois seres que se amam frente a frente, em qualquer distância cósmica. E ainda mais: as almas, atingindo um certo grau de conhecimento, poderão ver-se mutuamente, desabrochando o dom do coração: Amor com A maiúsculo. É o amor que confia, que alegra, que não se apega em demasia, que não entristece, que trabalha, que fraterniza.

Já dissemos que existem muitos tipos de amor no mundo, dos quais o mais frequente é o amor associado ao ciúme, é o amor paralelo ao egoísmo. É esse o amor que não confia, enlouquecedor. Trabalhemos, pois, para que esse estado de alma se modifique. E é bom que convidemos Cristo para nos ajudar, na purificação dos sentimentos, transmutando as nossas qualidades nascentes em dignidade fecunda. 

Esse trabalho é feito na lavoura da mente. O policiamento das ideias deverá se dar com urgência, modificando os impulsos do fluxo nervoso condicionados que, há tempos imemoriais, nos fazem pensar (reagir) automaticamente, caso em que se precisa de uma intervenção dinâmica da vontade e do raciocínio, para que a mente se liberte dos condicionamentos, entregando-se à verdade, libertando-se e iluminando-se com os preceitos evangélicos que encontramos em todas as religiões e altas filosofias do mundo inteiro.

Amar é acto sagrado, principalmente entre as criaturas que já atingiram ponto elevado do ambiente da felicidade. Quando o amor não duvida, ele cura, alegra, conforta, faz todas as virtudes brilharem por todos os roteiros, permanentemente.

Se porventura, a vida separou alguém de vós, por motivo que desconheceis, não entristeçais. Deus é muito mais sábio do que julgais. E, se amais verdadeiramente esse alguém, ele está em vosso coração, pois os recursos para tal podeis desenvolver, e as distâncias não existirão mais. Se por acaso sofreis a estranha doença da melancolia, com saudades profundas de alguém que não conheceis no presente, não desdenheis a vida por esse facto. Essa alma existe em algum lugar e também sofre, com certeza, as mesmas consequências. 

Sede inteligentes: apurai os sentimentos, desdobrai a tolerância e aumentai a fé em Deus, que o encontro há de se dar por sintonia, pois, na matemática divina, a equação é AMOR.

Horizontes da Mente, 
Miramez, João Nunes Maia.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Limpar a Mente


Foto: A Outra Janela

A menina debruçada na janela trazia nos olhos grossas lágrimas e o peito oprimido pelo sentimento de dor causado pela morte de seu cão de estimação.
Com pesar observava atenta ao jardineiro a enterrar o corpo do amigo de tantas brincadeiras. A cada pá de terra jogada sobre o animal, sentia como se sua felicidade estivesse sendo soterrada também.
O avô que observava a neta, aproximou-se, a envolveu em um abraço e falou-lhe com serenidade:
-Triste a cena, não é verdade?
A netinha ficou ainda mais triste e as lágrimas rolaram em abundância. 
No entanto, o avô que desejava confortá-la chamou-lhe a atenção para outra realidade. Tomou-a pela mão e a conduziu para uma janela opostamente localizada na ampla sala. Abriu as cortinas e permitiu-lhe que visse o jardim florido a sua frente e lhe perguntou carinhosamente:
-Está vendo aquele pé de rosas amarelas bem ali a frente? Lembra que você me ajudou a plantá-lo? Foi em um dia de sol como hoje que nós dois o plantamos. Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos e hoje veja como está lindo, carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas.
A menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas faces e abriu um largo sorriso mostrando as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre umas e outras das tantas rosas de variados matizes que enfeitavam o jardim. 
O avô, satisfeito pôr te-la ajudado a superar o momento de dor falou-lhe com afeto:
-Veja, minha filha. A vida nos oferece sempre várias janelas. Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza sem que possamos alterar o quadro, voltamo-nos para outra e certamente nos deparamos com uma paisagem diferente. 
Tantos são os momentos de nossa existência, tantas as oportunidades de aprendizado que nos visitam no dia-a-dia que não vale a pena sofrer diante de quadros que não podemos alterar. 
São experiências valiosas da vida, das quais devemos tirar lições oportunas sem nos deixar tragar pelo desespero e revolta que só infelicitam e denotam a falta de confiança em Deus. A nossa visão do mundo é muito limitada. 
Mas Deus tem sempre objetivos nobres e uma proposta de felicidade para nos aguardar após cada dificuldade superada. 
Se hoje você está a observar um quadro desolador, lembre-se de que existem tantas outras janelas, com paisagens repletas de promessas de melhores dias.Não se permita contemplar a janela da dor.
Aproveite a lição e siga em frente com ânimo e disposição. 
Agindo assim, o gosto amargo do sofrimento logo cede lugar ao sabor agradável de viver e saber que Deus nos ampara em todos os momentos da nossa vida.


Os bons costumes tornam a mente límpida e clareiam o verbo, enriquecendo-o, para que os ouvintes sejam estimulados ao exercício do bem eterno. A poluição mental turva a consciência e conturba o raciocínio, deixando a alma trôpega no vaso da carne. O homem civilizado não tem o costume diário de higienizar o corpo? Pois a mente, na verdade, tem grande necessidade de limpeza, tanto quanto o corpo, por ser o centro da vida que comanda todo a massa somática. 

E esse trabalho começa como a chuva: divide-se em bilhões de gotículas, mas farta a humanidade e a natureza, limpa a atmosfera e destampa as minúsculas aberturas das árvores, de onde promana o oxigênio puro, no vigor da própria existência. Assim, a chuva, para a mente, há de surgir nessas mesmas proporções: bilhões ou trilhões de pequenos esforços, somando uma torrente de energias vivas, conduzindo todo o entulho da consciência por canais apropriados. E a pureza do raciocínio faz nascer um clima enriquecido para as belezas imortais do amor, da alegria e da fraternidade. Sugestiona o ser à procura de Deus e a obedecer às leis. 

A castidade mental é obra de grande importância para a nossa supremacia espiritual, sem as sutilezas da arrogância e as manobras do orgulho. Devemos nos esforçar todos os dias, a partir do momento em que nos alistamos no exército do Cristo. Como espíritos, mesmo no mundo, mas à procura da luz, compreendamos, na urgência das nossas necessidades, que renovação é tema central da alma - ovelha que reconhece o pastor, atendendo os seus magnânimos convites, pela inteligência e pelo coração. 

A elegância dos pensamentos ajusta o meio ambiente em que viveis, para chamados fraternos e para uma conversação sadia, desamarrando do núcleo da vida, a expressão do amor, de modo a participar, na mesma freqüência, a razão. Para que tudo isso se faça, o esforço próprio é imprescindível, dia a dia. A auto-educação haverá de se processar passo a passo, e a vigilância deve arregimentar todas as forças possíveis nessa imensurável batalha que somente termina na pureza espiritual, para começar outros labores, em escalas que escapam ao raciocínio humano. 

A vida é um turbilhão de vidas sucessivas, que se associam por lei de esforços e de obediências correlatas. No homem, o começo do sofrimento é princípio de maturidade. É, pois, a força do progresso atingindo a sua farda física, para que o corpo espiritual se atualize nas necessidades maiores. Os grandes golpes na alma clareiam seu caminho para certas mudanças na arte de viver melhor. 

Escrevemos para todos, é certo. No entanto, endereçamos nossas mensagens, com mais intimidade, aos despertos, aos companheiros conscientes dos seus deveres ante a escalada do Mestre. Se começais hoje a vos renovar na vida que levais, amanhã sereis torturados impiedosamente pelas forças contrárias, donde resulta a desistência de muitos estudantes da verdade, por ignorarem que o ataque, a maledicência, a injúria, o desprezo são outras tantas forças do bem, revestidas aparentemente de inimigos. Todavia, o que Jesus disse nos conforta sobre maneira: “Aquele que perseverar até o fim, será salvo”. 

Associemos nossos esforços aos regimes das leis de Deus, respeitando-as em todas as suas nuances. Se algo faltar de nossa parte, nunca haverá de ser a persistência, como onda de luz a transformar as nossa boas intenções em realidades. 

Higienizemos a nossa mente, sem afrontá-la agressivamente. A experiência nos aconselha que o trabalho paciente e constante vencerá obstáculos que se nos afiguram em posição irremovível. Na verdade, a mente plasma o que os olhos vêem, como máquina fotográfica pronta para disparar tendo em mira o objetivo visado. Não obstante, poderemos fechar o diafragma. Assim sucede com os ouvidos, assim se processa na formação das idéias. Orar e vigiar é atitude certa para que a mente não se suje mais. E o trabalho de limpeza deve ser eficiente, diminuindo a carga corrosiva acumulada em muitos séculos. Um pouco de boa vontade vos colocará, com habilidade, nesse saneamento, e o conceitos que propomos nesse livro são, um tanto um quanto, companheiros da limpeza espiritual, convidando a todos para a libertação. 

Livro: Horizontes da Mente, psicografado pelo médium João Nunes Maia.Autor: Miramez (espírito).

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A Dor Física e a Dor


Foto: Salmo 88, David mais uma vez clamou:

Senhor, Deus de minha salvação, de dia e de noite clamo diante de ti. Chegue à tua presença minha oração, presta ouvidos ao meu clamor! Pois minha alma está saturada de desgraças (...)
Mas, eu clamo por socorro; de manhã minha oração já está diante de ti. Senhor, por que rejeitar-me, esconder-me a tua face? Sou infeliz e enfermo desde criança.


A lição é-nos fornecida por Vinícius (pseudônimo de Pedro de Camargo), inegavelmente de grande beleza e significação, razão pela qual, entendemos, merece-nos atenção especial. É uma verdade inconteste. Diz-nos o seu Autor:

Será a dor um bem? Será um mal? Se é um bem, por que a consideramos como -- indesejável? -- Se é um mal, por que Deus fez dela o patrimônio comum da Humanidade? Será a dor punição ou castigo? Então, como se explica atinja ela os bons e de sua influência não escapem os justos? De outra sorte, como se entende que a vida dos maus, senão sempre, muitas vezes transcorra menos árida e penosa que a dos que procuram viver segundo a justiça?

A dor será, então, um problema complexo, de solução difícil, inacessível às inteligências vulgares? não devemos buscar o seu "porquê"? Cumpre que a ela nos submetamos premidos pelas circunstâncias, como vítimas indefesas? Diante da dor, qual a atitude a assumir, de revolta ou de submissão incondicional e passiva? Descobre-se facilmente a incógnita da dor através da seguinte parábola de Jesus: "Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi buscar fruto nela, e não o encontrou. Então disse ao viticultor: Faz três anos que venho procurar fruto nesta figueira, e não acho; corta-a; para que está ela ainda ocupando a terra inutilmente? Respondeu-lhe: Senhor, deixa-a por mais este ano, até que eu cave em roda e lhe deite adubo; e se der fruto no futuro, bem está; mas, senão, corta-la-á".

Eis aí como se faz luz sobre o caso. Aquilo que nos parecia tão complicado, torna-se perfeitamente claro. A dor é uma necessidade em orbes como este onde nos encontramos. Ela é, na vida do Espírito, o que o fertilizante é na vida da planta. Os homens, como as árvores, não devem ocupar neste mundo um lugar inutilmente. É da lei que as árvores e homens produzem frutos, cada um segundo suas espécies e natureza. Quando a árvore se torna estéril, o agricultor recorre aos processos aconselhados ao caso: abre sulcos em volta do seu tronco e aduba a terra ao redor. Quando o Espírito estaciona na senda de evolução, mostrando-se negligente e relapso no dever que lhe assiste de produzir frutos de aperfeiçoamento moral e de desenvolvimento intelectual, vem o aguilhão da dor despertá-lo. É assim que os abúlicos, os comodistas impenitentes, os preguiçosos e os cínicos são chamados a postos e forçados a assumirem atitudes definidas e positivas nas lutas da vida.

A dor física, determinando sensações desagradáveis e penosas, põe cobro aos desmandos da intemperança e a todos os arrastamentos de animalidade a que os homens nos entregamos na satisfação insaciável dos sentidos, Em busca da saúde perdida, vemo-nos na necessidade de submeter-nos às leis de higiene, cujos preceitos são mandamentos divinos. Começa aí a obra de nossa espiritualização.

A dor moral geral sentimentos fazendo aflorar nos corações as mais belas virtudes ao lado das mais puras e santas emoções. É pelo sentimento que o gérmen de tudo que é bom e de tudo que é belo cresce e frutifica. O sentimento é o esplendor da centelha divina que anima e vivifica o Espírito, ou, para melhor dizer, é a essência do próprio Espírito. A dor moral é o sopro que desperta os sentimentos como a aragem ressuscita a brasa amortecida sob espessa camada de cinza.

O homem assemelha-se à cana de açúcar. Através dos grandes sofrimentos é que ele nos revela as belezas ocultas e as suas qualidades mais nobres e excelentes, tal como a cana que só esmagada e triturada entre os impiedosos cilindros da moeda é que nos fornece o seu delicioso suco repassado de incomparável doçura. Daí porque sofrem todos neste mundo: os injustos para que se regenerem, e os justos e os santos para que melhor se justifiquem e se santifiquem.

A dor é uma necessidade em orbes como este onde nos encontramos.

Fonte: Jornal Mundo Espírita de Fevereiro de 1998  Milton Luz.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Para Auxiliar




Seja onde for ou diante de quem for, compadece-te. 

Ninguém se aproximaria de ti, no intuito de aumentar a carga dos próprios sofrimentos. 

Há quem te busque na expectativa de obter uma fatia de pão ou alguma pequena parcela de teus recursos, no entanto, muito mais que semelhantes companheiros, outras criaturas te procurarão a companhia. 

Esse amigo suposto privilegiado da fortuna, conquanto a conversação amena com que se distingue, aguarda de ti essa ou aquela frase de reconforto, em vista de trazer o coração retalhado de angústia diante da esposa, a exigir-lhe separação; outro que conseguiu engajar-se no poder, em dialogando contigo, indiretamente, roga-te palavras de amparo que lhe balsamizem as enfermidades ocultas; e ainda outro que se te afigura inteligente, mas frívolo, escuta-te as impressões em torno desse ou daquele assunto, ansiando receber-te algum apontamento que lhe arranque as idéias de delinqüência.

A mulher que te surge, à frente, adornada em excesso, estará procurando algum argumento que lhe evite a queda nas teias do suicídio e aquela outra que se te mostra, algumas vezes, maquilada em demasia, jaz talvez no serviço sacrificial com que mantém um filho no sanatório.

Ouve os que te busquem a presença ou a palavra, com bondade e simpatia. 

Não te fixes no que te parece; medita naquilo que provavelmente se encontra por trás das circunstâncias a esmolar-te auxílio e comiseração. 

Dispõe-te a compreender, a fim de que possas auxiliar. 

Compadece-te de teus pais, de teus filhos, de teus irmãos, de teus amigos e adversários.

Conta-se que o Apóstolo João, o Evangelista, despendeu dilatados janeiros pesquisando as expressões exatas com as quais pudesse explicar a natureza de Deus, mas, em seguida, a esforço longo e gigantesco, encontrou a procurada definição nestas três palavras:- "Deus é Amor."

 Meimei 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Livro do Mês de Setembro

Boa tarde amigos!!
Hoje trazemos até vocês informações sobre o livro do mês em nosso Clube do Livro Espírita:
O Homem que Mudou A História:




Um livro fascinante, onde o autor nos traz a figura única de Jesus de uma maneira única, rica em detalhes e informações.
Você vai se surpreender e ver fatos de Sua história de uma forma que você nunca viu antes.


Sinopse:


Muito se tem falado dentro de todas as doutrinas cristãs sobre a figura e os atos do homem que mudou a história na face da Terra – Jesus Cristo.

Geziel Andrade, com sua capacidade de pesquisa e de síntese, expõe neste seu novo trabalho o que de mais belo encontrou sobre essa figura única e inesquecível.

O leitor tem em mãos, com esses escritos, um roteiro seguro que, colocado em prática na sua vivência diária, lhe trará possibilidades de avanço na sua trajetória evolutiva.

O livro traz em suas páginas o ensinamento deixado por Jesus a respeito do amor em suas diversas modalidades – amor a Deus, ao semelhante, aos pais, aos inimigos, ao cônjuge.

Mostra a atitude de Jesus a respeito da caridade, da prece, do perdão, da gratidão.

Enfim, o leitor encontrará sobre todos os assuntos importantes no relacionamento humano uma diretriz segura tendo em vista serem todos esses princípios baseados e tirados de exemplos da vida deste homem incomparável que mudou a história.

Poderemos usar as lições contidas nesta obra como fonte de consulta, todas as vezes que nos depararmos com uma dificuldade ou uma situação embaraçosa e nos perguntarmos o que Jesus faria nessa hora?

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O Pequeno e o Grande




Não é raro que as pessoas comuns manifestem sua inveja, quando a imprensa escrita apresenta fatos da vida de artistas, reis, esportistas famosos.
Invejam a sua riqueza. Sobretudo a sua fama. 
As pessoas comuns andam todos os dias pelas ruas e não se tornam notícia por terem ido a uma exposição, ao supermercado, à praia.
Não são vistas. Afinal, são tantas as pessoas comuns e, normalmente, umas não olham para as outras.

E isso nos recorda de uma comparação entre o mar, imenso, que joga suas ondas com barulho estrondoso nas pedras e recifes e os rios tranquilos.
É no mar que viajam os grandes transatlânticos, os iates luxuosos e as lanchas velozes, levando pessoas que nos parecem sempre muito felizes.
É o mar que abriga no seu seio tesouros inimagináveis da fauna, da flora e riquezas humanas, resultantes dos naufrágios, de grandes tragédias.
Quando se quer dar um exemplo de algo poderoso, enorme, o mar é o escolhido. Com sua grandeza e perigos, ele assusta muita gente.

Os rios, por sua vez, são calmos. Nascem de pequeninas gotas prisioneiras de vales e montanhas que, aos poucos, vão se libertando e se juntando, formando filetes.
Vão descendo calmas por entre pedras, escolhendo caminhos entre encostas, engrossando e tomando a forma dos rios generosos.
Por serem águas claras e boas, servem para dessedentar o viajante cansado. São a alegria dos pescadores que, em suas águas, se divertem a pescar, sem maiores aventuras.

As crianças barulhentas vão nelas lançar seus barcos de brinquedo.
Os pássaros brincam em suas margens e saciam sua sede. Homens inteligentes as canalizam, de forma que sirvam a muitos outros, em suas casas, no conforto dos seus lares.

Quando as pessoas desejam ouvir os sons graves, buscam o mar. Quando desejam paz, buscam os rios porque sua música é mais suave, delicada.
Os mares e os rios nos dizem que cada um tem seu valor e sua importância.
Se todas as águas fossem salgadas como a dos oceanos e mares, o homem padeceria a sede.
Se não houvesse a tepidez das águas salgadas talvez não existisse a vida na Terra, pois que tudo ali se iniciou.

Mar e rio, oceano e águas tranquilas. Ricos, famosos e pessoas comuns. Todos são importantes no concerto da vida. Cada qual, onde está, com suas condições, tem sua missão, suas dores e alegrias e, sobretudo, a sua responsabilidade.


* * *


Você já pensou que a maravilha na Terra está justamente na diversidade das oportunidades que ela apresenta?
Cada qual, onde se encontre, com o que tenha, pode cooperar para a harmonia da vida.
Quando você passeia pelas ruas bem cuidadas da cidade, deve isso a homens e mulheres comuns que realizam a sua limpeza, podam as árvores e plantam flores nos canteiros.
Quando você admira leis sábias e justas, reverencia os legisladores.
Quando se delicia com uma música, agradece aos compositores.
Todos somos importantes e a Terra se tornaria um caos se todos desejassem ser iguais e fazer as mesmas coisas.
Pensemos nisso e valorizemos o que somos e o que fazemos.

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O Câncer Visto Numa Perspectiva Espírita .




Recentemente, na Califórnia, nos Estados Unidos, Hannah Powell-Auslam, uma menina de 10 anos de idade, foi diagnosticada com câncer de mama, um caso considerado, extremamente, raro (carcinoma secretório invasivo). Os médicos fizeram uma mastectomia, mas o câncer se espalhou para um nódulo e Hannah terá que passar por outra cirurgia, ou por tratamento de radioterapia.

Outro caso instigante é o das duas gêmeas idênticas britânicas, diagnosticadas com leucemia, com apenas duas semanas de intervalo. O drama das meninas Megan e Gracie Garwood, de 4 anos, começou em agosto de 2009. "Receber a notícia de que você tem três filhos e dois deles têm câncer é inimaginável", afirmou a mãe das meninas. "Você fica pensando o que fez para merecer isso". Câncer é uma palavra derivada do grego “karkinos”, a figura mitológica de um caranguejo gigante, escolhida por Hipócrates, para representar úlceras de difícil cicatrização e que, ao longo do tempo, consagrou-se como sinônimo genérico das neoplasias malignas. Há mais de cem tipos diferentes de câncer, que variam, ao extremo, em suas causas, manifestações e prognósticos.

Diferentemente do câncer em adultos, em que se leva em conta aspectos do comportamento como fumo, alcoolismo, alimentação, sedentarismo e exposição ao sol, a medicina, ainda, não conseguiu estabelecer os verdadeiros fatores de risco do câncer pediátrico. Os casos de Hannah Powell-Auslam, Megan e Gracie Garwood bem que podem entrar nas estatísticas brasileiras do câncer infanto-juvenil, que atinge crianças e adolescentes de um a 19 anos. Segundo pesquisa divulgada pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) e pela Sobop (Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica), o câncer é a doença que mais mata os jovens, na faixa dos cinco aos 18 anos, no Brasil. Pesquisa indica o surgimento de, aproximadamente, 10 mil casos de câncer infanto-juvenil, a cada ano, no Brasil, a partir do biênio 2008/2009. O agravante é que o câncer, nos adolescentes, costuma ser mais agressivo do que nos adultos, e é mais difícil de ser diagnosticado, segundo Luiz Henrique Gebrin, Diretor do Departamento de Mastologia do Hospital Pérola Biynton, em São Paulo (SP).

Será o câncer, então, uma obra do acaso, uma “punição divina” ou um “carma” do espírito? Hoje, à luz da Ciência médica, pode-se afirmar que o fator predominante da carcinogênese é, sem dúvida, o comportamento humano: tabagismo, abuso de álcool, maus hábitos alimentares e de higiene, obesidade e sedentarismo, os quais são responsáveis por quatro, em cada cinco casos de câncer e por 70% do total de mortes. Os cânceres por herança genética pura, ou seja, que não dependem de fatores comportamentais e ambientais, são menos de 5% do total.

A experiência corrobora, pois, que o câncer é uma enfermidade, potencialmente, “cármica”. Estamos submetidos a um mecanismo de causa e efeito que nos premia com a saúde ou corrige com a doença, de acordo com nossas ações. A criança de hoje foi o adulto de antanho. “O corpo físico reflete o corpo espiritual que, por sua vez, reflete o corpo mental, detentor da forma”. (1) “Os que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem, trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as disfunções endocrínicas, tanto quanto outros males de etiologia obscura; os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo; os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem os processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil; os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se atiraram de grande altura reaparecem, portando os padecimentos da distrofia muscular progressiva ou da osteíte difusa.” (2)

“A cura para o câncer não deverá surgir nos próximos dez anos” (3) é o que afirma o articulista da Revista Time, Shannon Browlee. Talvez os cientistas nunca encontrem uma única resposta, um único medicamento capaz de restaurar a saúde de todos os pacientes com câncer, porque um tumor não é igual ao outro. Os espíritas sabem que não existem doenças e sim doentes. Em verdade, "todos os sintomas mentais depressivos influenciam as células em estado de mitose, estabelecendo fatores de desagregação.” (4) Apesar dos consideráveis avanços tecnológicos, em busca do diagnóstico precoce e do tratamento eficaz, a Medicina e a Ciência, em geral, estão, ainda, distantes de dominarem o comportamento descontrolado das células neoplásicas.

Obviamente, não precisamos insistir na busca de vidas passadas para justificar o câncer: As estatísticas demonstram grande incidência de câncer no pulmão, em pessoas que fumam na atual encarnação. Muitas formas de cânceres têm sua gênese no comportamento moral insano atual, nas atitudes mentais agressivas, nas postulações emocionais enfermiças. “O mau-humor é fator cancerígeno que ora ataca uma larga faixa da sociedade estúrdia.” (5) O ódio, o rancor, a mágoa, a ira são tóxicos fulminantes no oxigênio da saúde mental e física, consomem a energia vital e abrem espaços intercelulares para a distonia e a instalação de doenças. São “agentes poluidores e responsáveis por distúrbios emocionais de grande porte, são eles os geradores de perturbações dos aparelhos respiratório, digestivo, circulatório. Responsáveis por cânceres físicos, são as matrizes das desordens mentais e sociais que abalam a vida” (6)

Falando sobre doença cármica, “o câncer pode, até, eliminar as sombras do passado, mas não ilumina a estrada do porvir. Isso depende de nossas ações, da maneira como arrostamos problemas e doenças.

Quando a nossa reação diante da dor não oprime aqueles que nos rodeiam, estamos nos redimindo, habilitados a um futuro luminoso. "Quando nos rendemos ao desequilíbrio ou estabelecemos perturbações em prejuízo contra nós (...), plasmamos nos tecidos fisiopsicossomáticos determinados campos de ruptura na harmonia celular, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade e, conseqüentemente, toda a zona atingida torna-se passível de invasão microbiana.” (7) Outra situação complicada é o aborto que “oferece funestas intercorrências para as mulheres que a ele se submetem, impelindo-as à desencarnação prematura, seja pelo câncer ou por outras moléstias de formação obscura, quando não se anulam em aflitivo processo de obsessão.” (8) 

O conhecimento espírita nos auxilia a transformar a carga mental da culpa, incrustada no perispírito, e nos possibilita maior serenidade ante os desafios da doença. Isso influenciará no sistema imunológico. Os reflexos dos sentimentos e pensamentos negativos que alimentamos se voltam sobre nós mesmos, depois de transformados em ondas mentais, tumultuando nossas funções orgânicas.

Para todos os males e quaisquer doenças, centremos nossos pensamentos em Jesus, pois nosso bálsamo restaurador da saúde é, e será sempre, o Cristo. Ajustemo-nos ao Evangelho Redentor, pois o Mestre dos mestres é o médico das nossas almas enfermas.




Por.: Jorge Hessen



Fontes:
(1)Xavier, Francisco Cândido. Evolução em Dois Mundos , ditado pelo espírito André Luis 15ª edição, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1997.
(2)Xavier Francisco Cândido. Religião dos Espíritos, Rio de Janeiro: 11ª Edição Ed. FEB - (Mensagem psicografada por em reunião pública de 03/07/1959)
(3)Transcrita em um caderno especial na Folha de São Paulo de 4 de novembro de 1999
(4)Xavier, Francisco Cândido. Pensamento e Vida, ditado pelo espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000
(5)Franco, Divaldo. Receita de Paz, ditado pelo espírito Joanna de Angelis, Salvador: Ed. Leal, 1999
(6)FRANCO, Divaldo Pereira. O Ser Consciente, Bahia, Livraria Espírita Alvorada Editora, 1993
(7)Artigo "Uma Visão Integral do Homem", Grupo Espírita Socorrista Eurípides Barsanulfo, disponível no site http://www.geocities.com/Athens/9319/chacras.htm, acessado em 25/04/2006
(8) Xavier Francisco Cândido e  Vieira Waldo. Leis de Amor, São Paulo: Edição FEESP, 1981